Secretário adjunto nega uso indevido de trator em comunidade indígena

Dilson Ingarikó esclareceu que o veículo pertence ao Centro de Referência de Produção Agropecuária Nutri e tem gestão comunitária

Secretário adjunto dos Povos Indígenas de Roraima, Dilson Ingarikó, em entrevista à Folha BV (Foto: Adriele Lima/Folha BV)
Secretário adjunto dos Povos Indígenas de Roraima, Dilson Ingarikó, em entrevista à Folha BV (Foto: Adriele Lima/Folha BV)

O secretário adjunto dos Povos Indígenas de Roraima, Dilson Ingarikó, negou nesta segunda-feira (17) as acusações de que um trator vinculado à Secretaria dos Povos Indígenas (Sepi) estaria sendo utilizado exclusivamente por sua família e esclareceu a situação do veículo. Segundo ele, o trator pertence ao Centro de Referência de Produção Agropecuária Nutri e tem gestão comunitária.

Segundo o secretário, o equipamento foi adquirido por meio de um convênio, com emenda parlamentar do então deputado federal Édio Lopes, e sua gestão foi decidida em assembleia dos tuxauas da região. “O meu irmão foi escolhido pelos tuxauas como gestor do centro e, atualmente, é o único operador capacitado para manusear a máquina”, afirmou.

Dilson também afirmou que o trator sofreu um acidente entre 2020 e 2021, quando foi arrastado pela correnteza do rio Cotingo enquanto transportava alimentos para um evento cultural. “Não houve negligência. O trator afundou ao tentar atravessar o rio para prestar um serviço à comunidade”, disse.

Após o acidente, segundo ele, houve dificuldades logísticas para removê-lo e transportá-lo para conserto em Boa Vista. O secretário afirmou que o reparo foi custeado por um deputado que apoia a região, e não pela Sepi ou por arrecadação entre os indígenas, como afirmam as denúncias. “O custo do conserto foi estimado em R$ 30 mil, mas não houve campanha de arrecadação. Essa informação é falsa”, garantiu.

Sobre o uso do trator, Dilson explicou que, após o conserto, o veículo foi levado ao Centro Nutri, onde continua servindo a comunidade. “A gestão é comunitária. Se houver algum problema mecânico ou falta de combustível, cabe à comunidade resolver. O operador não recebe salário do Governo, apenas uma gratificação entre R$ 100 e R$ 300, definida em assembleia”, explicou.