Cotidiano

Secretário de Saúde diz que sindicato anunciar greve é um ato precipitado

Segundo o respresentante do sindicato, no entendimento da categoria, mesmo com os incessantes diálogos com o governo, não houve avanços no cumprimento de acordos estabelecidos nas mesas de negociação

Em entrevista à Folha, o secretário estadual de Saúde (Sesau), Kalil Coelho, voltou a afirmar, ontem, que o Governo do Estado tem mantido negociação com os profissionais em enfermagem do Estado e que qualquer indicativo de greve seria precitado. Disse que, desde o fim da greve, ocorrida em maio deste ano, o Estado vem cumprindo com as reivindicações da categoria. Segundo ele, todas elas foram firmadas por meio da assinatura de atas nas mesas de discussão.

“O Estado vem cumprindo corretamente com os pontos apresentados pela categoria. A chamada do concursados, por exemplo, nós chegamos a um número em comum com o sindicato e eles concordaram: um efetivo de aproximadamente 250 profissionais, que hoje se encontram trabalhando nas unidades. Vale ressaltar que esse contingente é formado por enfermeiros e também profissionais de outros setores, justamente para melhorar o atendimento à população”, disse.

“Outra pauta que eles reivindicaram muito e nós cumprimos foi a prorrogação do concurso e a mesa de negociação do SUS [Sistema Único de Saúde), que nós reabrimos. É uma mesa de negociação. Você vai amadurecendo os assuntos. Talvez eles achem que a velocidade não seja o que eles querem, mas dizer que não está acontecendo, isso não confere”, complementou Coelho.

Em relação ao pagamento das progressões, Kalil Coelho disse que o Sindiprer está ciente do andamento das negociações e que a Sesau aguarda apenas o parecer técnico da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) para tomar as providências cabíveis.

“Na questão do enquadramento, dentro da mesa de negociação do SUS, na qual também participa a Procuradoria, foi levantada uma situação que necessitava de um parecer do órgão. Como tem quatro dias que esse documento foi entregue, o procurador pediu um prazo de 30 dias úteis para analisar e fazer um parecer sobre o assunto. Então, é preciso esperar voltar esse documento para daí a gente tomar a ação. Eu não posso tomar uma decisão na gestão sem a parte legal me dizer que eu posso tomar”, pontuou.

Sobre o pagamento de vale alimentação, o secretário informou que a questão precisa ser discutida com a governadora Suely Campos (PP). “Eu volto novamente a repetir que isso não é uma questão de classe. Esse ponto envolve um aumento de custo e precisa ser negociado. E quem pode tomar essa decisão é a governadora. Não é uma decisão que eu possa tomar sozinho”, salientou.

Coelho frisou que a Sesau tem buscado sempre dialogar com os trabalhadores e que uma greve na atual situação em que se encontra o Estado seria prejudicial para a população. “A secretaria sempre esteve de portas abertas para buscar soluções junto aos profissionais. O que não pode ocorrer é que, com qualquer entrave, por menor que seja, o sindicato fale em greve. Na minha concepção, a greve pune a população e precisa ser somente a última instância de uma negociação”.

SINDICATO – Ontem o presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Roraima (Sindiprer), Roberto Morais, afirmou que os trabalhadores poderão retomar a greve geral no próximo mês caso não haja consenso por parte do governo em atender as demandas da categoria.   

Segundo o sindicalista, no entendimento da categoria, mesmo com os incessantes diálogos com o governo, não houve avanços no cumprimento de acordos estabelecidos nas mesas de negociação, o que tem gerado a insatisfação dos trabalhadores.

A pauta de reivindicação dos profissionais no Estado gira em torno de quatro pontos principais, sendo eles: a convocação de aprovados em concurso público, realizado no ano de 2013, com finalidade de suprir a falta de profissionais nas unidades de saúde; a prorrogação da validade do certame; o pagamento das progressões funcionais dos trabalhadores nos últimos 10 anos; enquadramento dos profissionais na Lei 948, baseado no tempo de serviços prestados; e o pagamento de auxílio alimentação, considerado primordial para a categoria.