Cotidiano

Seed diz que vai tomar medidas após professor apoiar ladrão como profissão

“O cara que rouba está trabalhando" é uma das falas de docente contidas em um vídeo compartilhado nas redes sociais e que contém apenas áudio. Secretaria Estadual de Educação e Desporto disse não compactuar com a atitude e o pensamento do professor

A Secretaria Estadual de Educação e Desporto (Seed) divulgou nota, na tarde desta terça-feira (15), na qual informa que vai tomar “medidas cabíveis”, sem detalhar quais, no episódio em que um professor da escola estadual Camilo Dias defendeu, na sala de aula, ladrão como profissão.

As falas estão em um vídeo, compartilhado nas redes sociais e que contém apenas áudio. “A Seed esclarece que não compactua com o tipo de atitude e pensamento do docente e reitera que a sala de aula é um espaço de construção coletiva do conhecimento que deve estimular os estudantes ao crescimento intelectual e profissional, ensinando valores como ética, dignidade, respeito ao próximo”, diz trecho da nota da pasta.

Descrição do vídeo

No vídeo, um estudante questiona o professor sobre sua fala anterior à gravação sobre o fato de alguns políticos defenderem armamento para a população. “Mas a gente fala: ‘nossa, isso é um erro, né?’. A pessoa estar armada. Mas a gente não pensa na hora em que o ladrão está armado, é errado a pessoa de bem estar armada pra se defender”.

Neste momento, o docente o interrompe questionando sobre “quem é que é a pessoa de bem?”, e recebe como resposta: “Um pai de família, por exemplo…”.

O professor defende: “O cara que está roubando é pai de família. Quem que é uma pessoa de bem? Me explica melhor o que você está falando. O cara que rouba tem família”.

“Não, o que trabalha…”, responde o aluno, novamente interrompido pelo docente: “O cara que rouba está trabalhando, o cara que rouba pra ele…”.

“Roubar é trabalho?”, indagou o aluno. “Pra ele é, pra ele é”, responde o professor.

“Mas não é certo”, se contrapõe o estudante. “Quem está falando que não é certo?”, pergunta três vezes o docente. Neste momento, o estudante começa a explicar o ponto de vista: “Vamos supor: o senhor trabalha dez anos para comprar um carro de luxo…”.

O professor o interrompe ao argumentar que “dez anos no Brasil não dá pra comprar um carro de luxo”. Em resposta, o aluno diz: “Não, eu estou dando um exemplo, mas se for, o senhor trabalha dez anos pra o senhor comprar um carro de luxo, um sonho, aí chega um cara que nunca trabalhou na vida, nunca teve um estudo, o senhor se preparou pra isso, entendeu? E toma o carro do senhor”.

“Ele está trabalhando”, responde o professor, ocasião em que a classe reage à fala. “Meu Deus do céu, meu pai”, finaliza o estudante que explicava sua opinião.