Sejuc estaria dificultando entrada de remédios nos presídios

Famílias de pessoas que cumprem pena no sistema prisional na Pamc (Penitenciária Agrícola de Monte Cristo) e na Cadeia Pública reclamam da medida que impede a entrada de medicamentos nesses presídios.

Mãe de um detento, que pediu para não ser identificada, contou que costumava entregar remédios na Sejuc (Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania) para que fossem repassados ao filho preso na Pamc.

“Na segunda-feira eu fiz isso, mas, no dia seguinte, recebi uma mensagem informando que era para pegar os remédios de volta, porque não entraria devido não ter receita médica. São remédios como diclofenaco, dipirona, nimesulida. Mas desde quando se precisa de prescrição do médico para comprar esses medicamentos”, questionou a mãe.

Uma outra mãe disse não entender porque a Sejuc impõe tanta dificuldade. “Nossa, além de a gente está dando a medicação ainda não querem aceitar. Tenho consciência de que meu filho errou e está pagando por esse erro, mas não é por isso que vou abandonar ele, fingir que não é meu filho. Vou cuidar dele sim”, comentou.

“Tem mães que vem do interior do Estado, gastando com passagens, trazendo remédios para o familiar que está preso e quando chegam na Sejuc têm como resposta que não vão receber os remédios. A gente traz porque sabemos que o Governo não estaria cumprindo com essa obrigação, em fornecer medicamentos para o sistema prisional. Se isso ocorresse como deveria ser, a gente não estaria preocupada”, ressaltou outra mãe que veio do município de Caracaraí.

OUTRO LADO – A Secretaria de Justiça e Cidadania informa que há decisão judicial que permite a entrega de medicamentos nas unidades prisionais ou na sede da Sejuc, sem a exigência de receita médica. É exigida a receita médica quando se trata de remédios de uso controlado.

Esclarece que na Unidade Básica de Saúde do presídio, onde o médico examina o interno, há uma farmácia com medicamentos básicos, disponíveis aos internos no ato da consulta médica.

Em último caso, não tendo o medicamento e não havendo um outro compatível na farmácia do presídio, e visando o melhor atendimento ao interno, a Sejuc faz contato com a família para saber da possibilidade de fornecer o medicamento, mas quando é feito isso, a receita expedida pelo médico é entregue à família para providências.

“Em último caso, não tendo o medicamento, e visando o melhor atendimento ao interno, a Sejuc faz contato com a família e perguntamos a possibilidade de fornecer o medicamento, mas quando é feito isso, nós entregamos a receita que foi expedida pelo médico. E somente quando não tem o medicamento, ou outro compatível na farmácia da Sesau”, diz a Sejuc.