Cotidiano

Sem centrais de ar, atividades ficarão suspensas até a próxima segunda

Centrais de ar das salas de aulas não estão funcionando por conta da sobrecarga na rede elétrica; decisão foi tomada por pais e professores

Além da greve dos professores, iniciada na semana passada, alunos da Escola Estadual Euclides da Cunha (GEC), localizada no Centro da capital, estão tendo que enfrentar um outro problema em seu dia a dia escolar: as centrais de ar da unidade não estão funcionando como deveriam. A unidade é uma das várias escolas que passaram pelo processo de revitalização iniciado este ano pelo Governo do Estado.

De acordo com a presidente da Associação de Pais e Mestres do GEC, professora Vanda Nascimento, por conta do problema, professores e pais decidiram, em comum acordo, suspender as atividades da unidade até a próxima segunda-feira, 24. “É uma situação que prejudica tanto eles [alunos] quantos os professores. Pensando na saúde de todos, nós optamos por paralisar as atividades. Nós já tínhamos realizado discussões entre os professores sobre essa questão e hoje nós estamos conversando com os pais, que em comum acordo acatou a nossa recomendação”, afirmou.

Ainda de acordo com a presidente, após a reinauguração da escola, a Secretaria Estadual de Educação e Desporto (Seed) teria dado prazo de dez dias para ligar as centrais de ar à rede elétrica, prazo que até o momento não foi cumprido pela secretaria.  Um problema que, segundo a professora, afeta mais de 500 alunos.

“Segundo a própria secretaria, a subestação elétrica da escola não suporta ligar todos os equipamentos ao mesmo tempo. Às vezes, ela suporta entre três e quatro centrais, que acabam deligando automaticamente, devido à sobrecarga na rede. Para trocar essa subestação, a Eletrobras teria que verificar o ligamento a rede. Só que o Governo deve para a concessionária ao em torno de R$ 1.6 milhão, sendo R$ 35 mil somente do GEC, e segundo a administração Estadual, a Eletrobras só vai fornecer o serviço após a quitação da dívida”, disse.   

Membro da comissão, Laullimã dos Santos é um dos pais insatisfeitos com a situação da unidade. Ele afirmou que a paralisação servirá também para que a comissão busque medidas imediatas junto à Eletrobras e ao Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR), já que, para ele, a situação é inadmissível.

“Uma escola tradicional como o GEC, responsável por formar tantos alunos ao longo dos anos, estar numa situação dessas é inadmissível. É importante que durante essa semana a gente corra atrás de resolver essa situação com a máxima urgência”, complementou.

GOVERNO – Por meio de nota, o Governo do Estado informou que as antigas subestações da Escola Euclides da Cunha não suportavam o funcionamento das centrais de ar na escola, motivo pelo qual foram construídas novas subestações para manter o funcionamento seguro dos equipamentos elétricos. No entanto, a Eletrobras desligou as subestações antigas e condicionou a ligação das novas subestações ao pagamento de dívidas deixadas pela gestão passada junto à distribuidora.

“A Secretaria Estadual de Educação e Desportos (Seed) esclarece que as contas de energia elétrica desta gestão estão em dia, e que está tentando um acordo para que as novas subestações sejam ligadas o quanto antes, a fim de manter o funcionamento seguro das centrais e ventiladores”, informou.

ELETROBRAS – Em nota, a Eletrobras Distribuição Roraima disse que a ligação da nova subestação da Escola Estadual Euclides da Cunha depende apenas da apresentação do projeto da Subestação, que deve ser analisado e aprovado pela empresa para que a ligação seja efetuada.

Sobre a dívida do Governo do Estado, os débitos vencidos até 31 de dezembro de 2014 foram todos ajuizados, ou seja, a Eletrobras Distribuição Roraima ingressou com ação judicial de cobrança. Em relação às contas referentes ao exercício 2015, estão sendo acompanhados pela Eletrobras Distribuição Roraima e, em caso de inadimplência, serão reavisados e, persistindo os débitos, haverá suspensão de fornecimento de energia elétrica. (M.L)