Priorizar atendimentos. Foi isso que o Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBM-RR) passou a fazer desde que o abastecimento das viaturas se tornou uma dificuldade, há quase quatro meses. Nesta quarta-feira, 7, bombeiros militares procuraram a Folha para denunciar a situação e informar que, caso nenhuma providência seja tomada, nenhum atendimento poderá ser feito nos próximos dias.
Os denunciantes, que optaram por não se identificar, contaram que as viaturas operacionais estão saindo somente para certas ocorrências, mas que já estão com os tanques na reserva. As viaturas administrativas, por sua vez, já estão paradas. “Estamos chegando ao momento de parar todas as viaturas e não conseguir atender a população por falta de combustível”, declarou um dos bombeiros.
Um dos denunciantes explicou que o Corpo de Bombeiros conta com uma espécie de cartão de abastecimento do governo, mas que o mesmo está bloqueado há quatro meses ou mais. Sem combustível, a principal preocupação são os atendimentos que precisam do caminhão de combate a incêndios e das ambulâncias de resgate, busca e salvamento. “Daqui a pouco vamos parar totalmente”, lamentou o militar.
A equipe da Folha se dirigiu ao comando dos Bombeiros, localizado na Avenida Venezuela, e fez o registro de vários veículos parados. Alguns dos militares que estavam presentes, e que não quiseram se identificar, confirmaram a situação de que a maioria dos carros estacionados já está sem gasolina, ou estão bem perto de ficar, por estarem com o tanque na reserva. Segundo eles, é questão de tempo até todos pararem.
O comandante do CBM em Roraima, coronel Doriedson Ribeiro, confirmou a situação à reportagem e destacou ter buscado alternativas para não prejudicar os atendimentos à população, como conseguir empréstimos de combustível de outros órgãos. “O trabalho está sendo feito, mas estamos precisando priorizar os atendimentos enquanto a situação não se normaliza”, disse.
OUTRO LADO – O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Fazenda (Sefaz), informou que a prioridade é efetuar pagamento de salário do funcionalismo público, assegurado por meio de decisão judicial, e que os fornecedores receberão pelo serviço prestado na medida em que houver disponibilidade orçamentária em caixa.