Desde agosto sem receber o pagamento do salário, os servidores do Instituto de Terras e Colonização de Roraima (Iteraima) continuam com as atividades paralisadas depois de não entrarem em acordo com o Governo do Estado.
Deflagrada ontem, 24, a mobilização contou com alguns funcionários em frente à sede da Instituição. Os servidores solicitam que o repasse seja feito, assim como a criação de um calendário que obedeça a ordem de pagamento até o quinto dia útil do mês.
No sábado, quando os funcionários anunciaram que paralisariam, o Governo do Estado teria entrado em contato com representantes do Sindicato dos Trabalhadores Efetivados do Poder Executivo de Roraima (Sintraima) para que pudessem realizar uma reunião e acertar o efetivo. Porém, segundo o presidente do Sintraima, Antônio Leal, os servidores não foram recebidos pelo titular da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz).
De acordo com Leal, não houve mais explicações sobre os motivos de o secretário não ter recebido os representantes, apenas que no momento não estava disponível e estaria de saída.
“Estivemos lá, a presidência do sindicato e um servidor para que ouvisse e visse a reunião. Pediram o número [de telefone] e ficaram de entrar em contato, mas até o momento não temos nenhum retorno”, relatou.
Sem ouvir as propostas por parte do secretário, os funcionários decidiram manter a paralisação até que o pagamento seja feito. Eles alegam que estão com dificuldades financeiras pela falta de repasse e que muitos já não conseguem ir trabalhar por não terem como custear o transporte.
Além dos servidores do Iteraima, o presidente do sindicato destacou que funcionários do Instituto de Amparo à Ciência, Tecnologia e Inovação de Roraima (Iacti) também estavam com o problema de atraso nos salários. Os servidores estão se mobilizando em frente à sede do Iteraima durante o período de expediente, os serviços essenciais estão mantidos.
Governo não esclarece cancelamento de reunião
A Folha entrou em contato com o Governo do Estado questionando os motivos de o titular da Secretaria da Fazenda (Sefaz) não ter atendido os servidores na reunião marcada. Além disso, perguntou também se haverá uma nova reunião para entrar em acordo sobre o pagamento dos funcionários, porém, o Governo do Estado se limitou a informar, por meio de nota, que as contas foram recentemente bloqueadas, em razão de cumprimento de decisão judicial.
“Nesse sentido, o estado está há duas semanas sem poder acessar recursos do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e da arrecadação do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Por esse motivo, até o momento, não teve como transferir as verbas necessárias para os órgãos da administração indireta”, alegou.
A nota continuou justificando que por entender que os bloqueios são injustos e existirem divergência nos valores definidos pela Assembleia Legislativa, na Lei Orçamentária de 2018, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) já entrou com ações para revisão dos valores e para a suspensão do bloqueio e aguarda decisão judicial.
Os outros questionamentos feitos ao Governo não foram respondidos. (A.P.L)