Sem pagar salários, governo dispensa credenciados

Por conta da crise financeira e da falta de condições de pagar os salários dos servidores, o Governo de Roraima decidiu dispensar todos os credenciados que prestam serviços nas escolas de ensino do Estado.

A reportagem da Folha teve acesso a um memorando do dia 30 de novembro, enviado pela atual Secretaria Estadual de Educação e Desportos (Seed), Graciela Ziebert, ao departamento de logística que cuida dos terceirizados, informando que “devido à inexistência de orçamento e condições financeiras, esta Secretaria está dispensando todos os credenciados que corresponde a: Cuidador, Merendeira, Intérprete de Libras e Motoristas, a partir desta data”.

Ainda não há uma estimativa de quantos profissionais foram dispensados, mas todos os credenciados do estado estão há mais de quatro meses sem receber salários.

Em conversa com a Folha, um dos servidores confirmou que as empresas terceirizadas que prestam serviços ao Governo do Estado na Secretaria de Educação, estão com quatro meses sem pagar salários. “Quando ligamos para as empresas, raramente somos atendidos, dizem que não tem previsão para pagamento e se vamos até lá pessoalmente, não aparece ninguém para dar uma explicação. Estamos desesperados” disse um dos servidores.

“Nós que trabalhamos para o governo do estado por meio dessas empresas terceirizadas, somos pais e mães de famílias que precisam dos salários para manter nosso sustento”, explicou.

O servidor disse ainda que até antes da eleição, mesmo com os bloqueios causados pela justiça, os salários estavam sendo pagos em dia.

“A partir do resultado da eleição paralisou tudo. Gostaria que as autoridades, parlamentares que se dizem representantes do povo tomassem providências, que tentassem se colocar no nosso lugar de servidores, que trabalham sem perspectivas de receberem seus salários, pois somos sabedores que esses nossos representantes estão com seus pagamentos em dia”, desabafou.

OUTRO LADO – Em resposta à reportagem, o Governo do Estado confirmou que a crise financeira foi o principal fator que motivou a dispensa dos profissionais, tendo em vista que a Secretaria de Educação e Desportos (Seed) não tem orçamento para pagar o salário deles do mês de dezembro.

A nota destaca ainda que: “O Governo está se empenhando para efetivar o pagamento referente ao mês de setembro e liquidar os dos meses de outubro e novembro, uma vez que os salários deles são pagos com recursos estaduais, que têm sofrido bloqueios judiciais recorrentes”.