O primeiro Seminário Distrital de Saúde Indígena e a 104ª Reunião Ordinária do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi) terminaram com a aprovação de resoluções que prometem melhorar o segmento em Roraima. O encerramento dos eventos do Distrito Especial Indígena do Leste (Dsei-Leste) na comunidade indígena Malacacheta, região da Serra da Lua, no Município de Cantá, foi marcado por um ato contra o marco temporal de demarcação de terras indígenas.
Das medidas, estão a priorização dos cursos aos Agentes Indígenas de Saúde (AIS) e de Saneamento Básico (AISAN), a contratação de mais profissionais indígenas, a garantia de recurso para construção de Centros de Medicina Tradicional Indígena e a transformação da Casai (Casa de Apoio à Saúde Indígena) em Unidade de Média Complexidade.
Em quatro dias de seminário, conselheiros distritais e lideranças de 11 regiões, profissionais de saúde indígena e gestores do Dsei-Leste debateram a transparência na gestão dos recursos financeiros e na formulação de políticas públicas, o fortalecimento do controle social diante da oportunidade estratégica ante ao novo governo, e a gestão compartilhada.
O coordenador do Dsei-Leste, o indígena patamona Zelandes Alberto Oliveira, destacou que o seminário resultou em propostas coerentes que vão guiar a sua gestão. “Precisávamos muito desse retorno de vocês, para que possamos conduzir da melhor forma possível essa gestão”, avaliou.
Pioneiro na defesa da saúde indígena em Roraima e no Brasil, o líder indígena wapichana Clóvis Ambrósio avaliou o evento como um momento de conquista e de fortalecimento da saúde indígena, principalmente pela atual coordenação.
“É um momento de fortalecimento da nossa saúde indígena que, mesmo com todo sofrimento que passamos, mas hoje temos a saúde e por isso devemos continuar lutando pelo bem da nossa população indígena, principalmente com o nosso coordenador indígena”, disse.
Para o coordenador geral do CIR (Conselho Indígena de Roraima), Edinho Batista, o momento foi de afirmação do protagonismo indígena. “Esse é um grande momento de fortalecimento da saúde indígena”, declarou ele, reforçando a mobilização contra o marco temporal, a ser julgado em 7 de junho, no Supremo Tribunal Federal (STF), incentivando a participação no ato que começará no dia 5, em Boa Vista e em Brasília.