Os doze delegados da Polícia Civil já aposentados pelo Instituto de Previdência do Estado de Roraima (IPER) também possuem direito ao reajuste que consta no projeto de lei no 009/2019, e que aumenta na prática os ganhos mensais dos delegados da ativa para até R$ 33 mil.
Esse direito é garantido por conta da paridade e integralidade aos ex-policiais que constam na Lei Complementar Nº 268/2018, que trata sobre a aposentadoria destes servidores. A regra é válida somente aos que ingressaram na carreira pública antes de 2004.
No artigo 2º, parágrafo 2º da lei, é dito que os pagamentos de aposentadoria dos policiais civis “(…) serão revistos, na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar o subsídio dos policiais civis em atividade, sendo também estendidos aos inativos e pensionistas, com direito à paridade, quaisquer benefícios ou vantagens posteriores concedidos aos policiais civis em atividade, inclusive quando decorrentes de transformação ou reclassificação de cargos e classes em que se deu a inatividade, na forma da lei”.
Logo, o valor pago aos nove ex-delegados especiais e três intermediários, custarão R$ 116.114,67 a mais para a previdência, conforme explicado na tabela.
De acordo o diretor previdenciário do órgão, Marlisson Lobato, apesar do impacto, se a medida for aprovada, o Iper conseguirá realizar os pagamentos das aposentadorias dos delegados, sem transtornos, até 2035.
A previsão desta análise de impacto, ainda segundo Lobato, é feita anualmente na avaliação atuarial, onde são realizados cálculos com a quantidade de segurados e do rendimento das aplicações financeiras, onde é identificado se a previdência estadual conseguirá pagar por mais 70 anos. Se aprovado, o reajuste constará no relatório de 2020.
“No fundo previdenciário é informado que há como pagar os servidores até daqui 75 anos. Já no fundo financeiro, que é onde os delegados estão, existe um desequilíbrio atuarial a partir de 2035. Então, quando você aprova uma lei que ela tem impacto financeiro, vai ter impacto previdenciário também. O gasto aumenta e diminui a receita”, explicou.
“A situação dos delegados, não vou dizer que não vai ter tanto impacto para o estado, porque o estado não vai ter que arcar com as aposentadorias. Quem vai ter que arcar com isso são os fundos. Então, o impacto sobre o aumento dos ativos fica com o governo do estado. Há um impacto sim, mas o Iper vai conseguir honrar com os pagamentos sem transtornos”, finalizou.