O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em operação conjunta com o Ministério Público do Trabalho da 11ª Região (MPT-11), realiza desde a semana passada, uma vistorias em serrarias e madeireiras em Rorainópolis, município situado na região Sul do Estado.
As ações, segundo informações obtidas pela reportagem, estão contando com apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ambos os órgãos foram provocados após tomarem conhecimento de denúncias relacionadas crimes ambientais e más condições de trabalho em estabelecimento do setor madeireiro.
Vários estabelecimentos já foram visitados pelas equipes de fiscalização, mas até o momento não há informações de presos ou apreensão de produtos.
A FolhaWeb entrou em contato com a assessoria de comunicação do MPT-11, que informou, em nota, que os trâmites da operação ocorrem em sigilo, e que detalhes mais precisos serão divulgados em momento oportuno, para não prejudicar o andamento das investigações.
Conforme o secretário Municipal de Meio Ambiente de Rorainópolis, Diego Duarte, a Prefeitura está fazendo o acompanhamento da situação, devendo se reunir com as entidades que representam os empresários do setor no Estado para avaliar os impactos que poderão haver na economia.
“A Prefeitura não teve acesso aos motivos que levaram a realização da operação e só tomei conhecimento após chegar de viagem do Baixo Rio Branco. Até onde sei, o Ibama foi provocado por denúncia, tanto que eles não estão só nas madeireiras. Estão fiscalizando também a extração de madeira, as serrarias, ou seja, todo o setor, desde a extração até o beneficiamento do produto”, disse.
O secretário comentou ainda que há um entendimento entre o Estado e a União sobre a importância da recomposição florestal de áreas de produção, entretanto, é preciso avaliar até que ponto os impedimentos podem prejudicar o Município economicamente, uma vez que parte das empresas seguem todas as normas impostas pelas leis ambientais.
“O setor madeireiro é o carro forte daqui, gerando cerca de 2 mil empregos diretos e indiretos. Quando ele entra em crise, o município todo sofre, pois o pai de família fica desempregado, quem tem casa alugada passa receber atrasado ou o locatário devolve a casa, o dinheiro não circula no comércio com a venda de mercadorias e por aí vai. É uma reação em cadeia”, relatou.
A reportagem também conseguiu conversar com um empresário do setor, que se queixou da forma truculenta exercida por fiscais do Ibama. Segundo ele, em uma das ações, um dos servidores do órgão chegou a apontar uma arma contra um dono de madeireira, sem motivo aparente.
“Muitas empresa daqui trabalham de forma legal, respeitando o meio ambiente. Essas pessoas, assim como eu, são responsáveis por movimentar a economia do município e empregar centenas de pais de família. A forma com essa fiscalização está ocorrendo é totalmente equivocada e todos tememos pelo que possa acontecer”, comentou.
Sobre essa questão, a FolhaWeb entrou em contato com a assessoria de imprensa do Ibama e aguarda retorno.
A matéria completa você confere na Folha Impressa desta quinta-feira, 14.