Um enfermeiro concursado do Estado, que preferiu não se identificar, procurou a Folha para denunciar uma suposta manobra do presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Roraima (Sindprerr), Melquisedek Menezes, que teria interesse em a categoria paralisar. “Tem algo estranho por trás desta greve. O presidente do sindicato é diretor operacional da Coopesaúde, o que não pode, segundo o regimento da própria cooperativa, que proíbe que um membro de diretoria acumule cargo em outro conselho, ou faça parte de coordenação”, disse.
O denunciante deixou claro que não é contra a greve, mas não concorda com a suposta manobra. O enfermeiro também denuncia que a irmã do presidente do Sindprerr é vice-presidente de outra cooperativa da área de saúde. “Faço esta denúncia para que o Governo do Estado não contrate cooperativados de forma emergencial. Tem que contratar os concursados que aguardam a convocação”, disse.
Segundo o enfermeiro, há três cooperativas que atuam na área de saúde em Roraima, o que totaliza, conforme o denunciante, mais de 70 funcionários, sem contar os médicos.
SINDICALISTA – O presidente do Sindprerr, Melquisedek Menezes, taxou como levianas as acusações. Segundo ele, é uma tentativa do Governo do Estado de querer frustrar o movimento grevista e ludibriar a população.
“É mentira. Não faço parte de cooperativa. Não fui eu quem decidi pela greve, mas a categoria. Nosso compromisso é com a população. Estamos cobrando a convocação de concursados, e não de cooperativados”, rebateu o presidente.
COOPESAÚDE – A diretora-presidente da Coopesaúde, Agnes Monteiro, disse desconhecer a denúncia e garantiu que a cooperativa não mantém contrato com órgão algum. Ela afirmou também que a entidade ainda está em fase de implantação e aguarda firmar contrato.
Agnes disse que o presidente do Sindprerr, Melquisedek Meneses, não faz parte de nenhuma diretoria da Coopesaúde. “Também não procede”, frisou, alegando que estava resolvendo um problema de saúde e que por isso não poderia continuar a entrevista. (AJ)