Servidores de várias categorias da Agência de Defesa Agropecuária (Aderr), entre fiscais agropecuários, veterinários e agrônomos, paralisaram as atividades na manhã de quarta-feira (16), para reivindicar melhores condições de trabalho, maior fiscalização nas barreiras agrícolas do estado, efetivação do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR), aprovado ano passado e que não está sendo cumprido. Os funcionários encerram a manifestação nesta sexta-feira (18). A paralisação de hoje ocorreu no Centro Cívico em frente à Assembleia Legislativa de Roraima.
Jaime Edson Simón, fiscal da Aderr, afirma que a falta de fiscalização nas barreiras podem permitir que doenças vindo de outros países possam prejudicar a exportação e a comercialização interna de produtos, como frutas.
“A fiscalização agrícola está em um momento muito crítico. A pouca fiscalização pode causar mais uma intervenção por conta da Mosca da Carambola, uma praga antes controlada, com a não valorização do pequeno agricultor e ao mesmo tempo do servidor público do setor de agricultura, pode ser que se espalhe novamente pelo estado. Mais um problema eminente é a febre aftosa, vírus já erradicado no Brasil que pode voltar através da não fiscalização de animais vindos de fora, dessa maneira podendo ser disseminado de Roraima para outros estados, prejudicando totalmente a exportação de carnes”, comentou.
O representante dos fiscais agropecuários Washington Luiz da Silva contou que o governo não está atendendo as reivindicações. “O PCCR foi aprovado em 2018 e o acordo previa o inicio dos pagamentos em janeiro de 2019, e até agora o governo não deu uma notícia positiva sobre isso. Além dos salários, estamos reivindicando condições mínimas para assistência técnica, falta veículo, combustível. Necessitamos de melhorias nas nossas estruturas, pois o servidor da Aderr trabalha em prol da agricultura, produção animal e vegetal”, relatou.
OUTRO LADO – A Secretaria de Comunicação Social informou, por meio de nota, que o Governo de Roraima tomou conhecimento oficial da paralisação da categoria e que está buscando todas as formas para o cumprimento e efetivação do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração, previsto na Lei n° 1257/18, mas ainda não foi possível no momento devido à instabilidade financeira que o Estado enfrenta, inclusive com o decreto de calamidade pública financeira.
Esclareceu que tão logo o Governo de Roraima apresente equilíbrio nas contas públicas e recupere a arrecadação, os benefícios para os servidores
serão honrados.
Informou também que os trabalhos de fiscalização nas barreiras têm sido realizados dentro da normalidade por meio da Aderr (Agência de Defesa
Agropecuária), com número de pessoal e veículos suficientes para atender as demandas.
Acrescentou que a Aderr disponibiliza 26 veículos para fiscalização e demais atividades administrativas. Ao todo são 8 barreiras sanitárias, sendo: 2 no
Alto Alegre, 1 no Jundiá, 1 no Bonfim, 1 no Passarão, 1 no Murupu e 1 em Pacaraima.