Cotidiano

Servidores da educação entram em greve

Categoria reivindica melhoria da estrutura física das escolas, pagamento de progressões e aprovação do PCCR

Servidores da Educação do Município de São João da Baliza, localizado na região Sul do Estado, deflagraram greve por tempo indeterminado. De acordo com o presidente da Associação dos Servidores Públicos, Sebastião Carvalho, as cinco escolas da sede e as três unidades da zona rural decidiram aderir à paralisação.

“Atualmente, o quadro do município é formado por 194 funcionários e praticamente 100% encontram-se parados. São oito escolas, todas com os mesmo problemas que há tempos a prefeitura não consegue resolvê-los”, disse.

Segundo Carvalho, os motivos para a greve são a cobrança por melhoria na estrutura física das escolas, a exigência do pagamento de progressões e a aprovação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) da categoria. “São vários os problemas existentes, mas a categoria reivindica principalmente melhorias nas unidades escolares, como aquisição de carteiras novas, bebedouros e centrais de ar, já que o calor anda tão insuportável que está sendo difícil dar aula, além transporte escolar que também anda bastante precário”, disse.

Há ainda a questão do pagamento das progressões dos servidores, que também não é feito há bastante tempo. “O nosso PCCR há mais de dois anos está parado. Tivemos conversas, mas até agora nada foi feito pela prefeitura e isso está prejudicando a todos os servidores”, complementou o líder da categoria.

O presidente apontou ainda indícios de desvio de funções de servidores da Educação. Segundo eles, servidores estariam recebendo sem trabalhar no município. “Existem 20 funcionários lotados aqui, mas que residem na Capital e recebem como se estivessem trabalhando. Nós formalizamos junto ao Ministério Público uma denúncia sobre essa situação, já que a maioria deles possui mais de dois empregos na Capital e ainda recebem como funcionários do Baliza. O que a gente ouviu da gestão, há uns 20 dias, é que esse pessoal seria desvinculado da folha de pagamento, e pediu prazo até o dia 30 do mês passado para resolver tudo. Só que até agora nada foi feito”, frisou.

A servidora Magda Gaspar afirmaque durante o ano inteiro os servidores fizeram várias manifestações com a finalidade de sensibilizar a administração municipal, mas nada foi resolvido. “O que nós recebemos todos os anos é apenas o aumento referente ao reajuste do salário mínimo, e mais nada. Foram também várias manifestações e paralisações parciais para ver ser a Prefeitura se sensibilizaria com as nossas necessidades, mas nunca fizeram nada. É uma situação que não tem mais como sustentar”.

PREFEITURA – Por telefone, o prefeito de São João da Baliza, José Divino (PMDB), afirmou que os acordos necessários para acabar com a greve serão feitos e que a prefeitura “está de portas abertas para atender as reivindicações da categoria”.

Com relação ao pagamento de progressões, explicou que esse é um problema que se arrasta desde a gestão anterior e que a administração tem tentado resolver a situação dentro das possibilidades orçamentárias do município, bem como buscado as melhorias nas unidades de ensino.

“A gente entende que é necessário fazer o pagamento dessas progressões. É um direito deles, mas a prefeitura tem tentado atender as necessidades dos servidores, dentro da realidade orçamentária. Foi proposto um acordo sobre a questão do pagamento das progressões e a prefeitura tem feito, sim, melhorias nas unidades de ensino e os salários estão sendo pagos em dia. A única preocupação que eu creio que eles deveriam ter é realmente em não prejudicar os alunos, já que estamos a poucas semanas do fim do ano letivo e essa preocupação a categoria não está tendo”, disse.

Sobre as denúncias de desvio de função e a existência de funcionários fantasmas, o prefeito negou veementemente as acusações. “Essa informação é inverídica.

O que acontece é que existem professores que estavam participando de um programa chamado ‘Pró Formação’ e esse programa é feito na capital aos finais de semana. Não existe essa questão”, finalizou. (M.L)