Cotidiano

Servidores da educação não têm atualização do PCCR desde 2015

A Prefeitura informou que os PCCR's das categorias estão em fase final de elaboração e ainda este mês deve apresentar a devolutiva para aquelas que fizeram propostas.

Na manhã desta terça-feira, dia 7, a Professora Antônia Pedrosa, integrante do Cosembv (Coletivo de Servidores da Educação Municipal de Boa Vista), procurou a Folha para cobrar uma resposta definitiva a respeito do PCCR (Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações) dos trabalhadores em educação.

“Nós fazemos parte do quadro efetivo da Prefeitura de Boa Vista e o coletivo, em julho de 2022, deu contribuições para que o nosso plano de cargos e salários fosse, então, atualizado. Não tem atualização desde 2015. O coletivo se debruçou nas nossas demandas, fez estudos, propostas junto com os demais professores da rede, incluindo, uma melhor condição de trabalho e valorização para os professores do magistério como alguns, hoje, que são readaptados, aqueles professores que atuam nas diversas áreas, tanto no magistério indígena quanto na educação especial, artística, enfim, contemplando todos esses profissionais do magistério que atuam com muita competência, dedicação no município de Boa Vista”, explicou.

Conforme a professora, a educação do município de Boa Vista é referência e que os números e demais dados provam que os profissionais são responsáveis pelo reconhecimento que o município tem para o Brasil. “O que queremos é uma contrapartida do município porque entendemos que a valorização, de fato, vem com um salário digno para que o professor/a possa custear suas necessidades básicas. É importante a gente comparar, por exemplo, o salário base [de professor], de 25h, do município de Rorainópolis é R$ 2.724,00, enquanto Boa Vista paga R$ 2.570,00. Quando a gente pela o Plano [PCCR] de outros municípios, vemos que Boa Vista tem um déficit em relação à valorização e remuneração destes profissionais”, ressaltou.

Como consequência, Pedrosa conta que muitos profissionais se submetem a mais carga horária e hora-aula para poder complementar a renda. “A gente quer que os profissionais sejam reconhecidos na sua totalidade porque somos um todo. A gente precisa de condições de trabalho, de formação e valorização. Nós protocolamos essa proposta no dia 27 de julho de 2022. De lá para cá tivemos promessas. Eles dizem ‘esta semana a gente vai se reunir, chamar o coletivo para dar um retorno’, mas isso não acontece. Não temos ainda uma agenda com data marcada para que tenha essa devolutiva e o coletivo possa levar para a base, que são todos os interessados para discutir e debater”, cobrou.

De acordo com a professora, a defasagem salarial está em 25%. “Nós queremos os 25%. Com atualização do piso salarial, nosso salário está abaixo do piso. Então, nós queremos o piso que é 15% mais os 25% que temos de defasagem salarial. Quando a gente fala de exemplos, as pessoas compreendem melhor. Quando vemos o contracheque de outras categorias, com ensino médio, ficamos felizes por eles e queremos também chegar a esse patamar de reconhecimento. Muitos profissionais da guarda municipal, com ensino médio, por exemplo, têm proventos mais satisfatórios que os de professores com nível superior. Eles merecem e nós também merecemos”, destacou Pedrosa.

Por fim, a professora desabafa, ao relatar que professores com doutorado tem salário médio de R$ 5 mil. “O que os profissionais do magistério querem é um salário condizente com o trabalho, empenho, dedicação e o profissionalismo que desempenha. Nós também reivindicamos no PCCR a estruturação para que mais professores com mestrado e doutorado possam chegar ao topo da carreira com um salário, minimamente, satisfatório. Hoje, um professor com doutorado, efetivo da prefeitura de Boa Vista, ganha, em média, R$ 5 mil e, às vezes, termina 25 anos de trabalho que não chega a R$ 8 mil. Aí a gente observa que tem algo que precisa ser corrigido. Essa reparação precisa ser feita e vai ser no nosso PCCR, que é a diretriz do trabalho do professor do magistério”, concluiu.

Em nota, a Prefeitura de Boa Vista informou que um novo PCCR, que contemplará todas as categorias, está sendo elaborado. A previsão é que ainda este mês, a gestão municipal apresente a devolutiva para todas as categorias que apresentaram propostas.