Servidores da Eletrobras Roraima cruzam novamente os braços nesta quarta-feira, 25, em razão da continuidade dos processos de leilão propostos pelo Governo Federal das distribuidoras das regiões Norte e Nordeste da empresa.
A ação de hoje ocorre um dia antes do leilão de privatização da Cepisa, uma das seis distribuidoras postas para leilão.
“Para hoje e amanhã, 26, data do leilão da Cepisa, apenas 30% das atividades, que são aquelas consideradas essenciais, serão executadas normalmente. Já em relação às demais distribuidoras, e isso inclui a Eletrobras Roraima, a previsão é que esses leilões ocorram no dia 30 de agosto, o que nós deixa preocupados”, informou o presidente do Sindicato dos Urbanitários de Roraima (Stiu), Gissélio Cunha.
A FolhaWeb, o sindicalista lembrou os impactos que a privatização poderá trazer para os consumidores, uma vez Roraima é o único estado do país que ainda não é integrado ao SIN (Sistema Interligado Nacional) de energia elétrica.
“Vale lembrar que nós temos uma situação diferenciada, porque a privatização começou em janeiro do ano passado, quando o Governo Federal tirou a concessão da Cerr [Companhia Energética de Roraima], que atendia os 14 municípios do interior, e passou para a Boa Vista Energia. Hoje, a Bovesa atende 165 mil clientes, sendo 116 mil na capital, 48 mil no interior, a gente sabe que o nosso sistema é isolado, a energia que abastece Roraima é importada da Venezuela, que atualmente atende 70% da demanda, os outros 20% são gerados por termelétricas, que possui um custo de geração é três vezes mais alto do que a de uma hidrelétrica”, disse.
Até o momento, a mobilização está reunindo aproximadamente 100 funcionários na sede do órgão, localizado na avenida Ene Garcez.
“A única solução para o Estado é a interligação com o SIN e a gente sabe que não há vontade política para que isso ocorra, pois esta é uma situação que se arrasta há mais de duas décadas. Se privatizar o setor, a taxa de energia vai aumenta, pois o primeiro problema seria o fim do acordo com a Venezuela, que atende a maior parte das demandas atuais. Com a nova empresa não teria como sustentar esse acordo, ela ficaria livre para construir novas termelétricas. Hoje, a energia venezuelana custa, em média, R$ 238,00 o megawatt e a energia com termelétrica é de R$ 700,00, e aí você percebe o que seria mais vantajoso para eles”, comentou.
A matéria completa você confere na Folha Impressa desta quinta-feira, 26.