Servidores da Eletrobras Distribuição Roraima promoveram, na manhã de ontem, 03, uma paralisação de advertência à proposta do Governo Federal em privatizar o setor de produção de energia elétrica no País. Conforme o diretor financeiro do Sindicato dos Urbanitários do Estado de Roraima (STIURR), João do Povo, a mobilização, que contou com cerca de 250 trabalhadores, ocorreu na sede da entidade sindical, no bairro Mecejana, na zona Oeste da Capital.
“É uma manifestação que ocorre em todo o país, tendo como objetivo fazer com que o presidente Michel Temer recue com essa proposta absurda de privatizar o setor elétrico. Nós sabemos que, se isso se concretizar, haverá um prejuízo monstruoso para o povo brasileiro em todos os aspectos, principalmente na questão financeira tanto do setor quanto do servidor”, disse.
Segundo o sindicalista, um dos principais impactos negativos será sentido pelo próprio trabalhador, já que o risco de privatização pode resultar em demissão sumária de muitos pais e mães de família. “São vários aspectos que precisam ser levados em consideração, sendo que o primeiro deles é que vão vender um patrimônio público que atualmente custa mais de R$ 300 bilhões por R$ 20 bilhões, ou seja, vão submeter a empresa a uma desvalorização exagerada. Milhares de pais e mães de família poderão ser sumariamente demitidos”, explicou.
Outro ponto da privatização da empresa destacado como negativo por João do Povo diz respeito à oferta de serviços para as localidades mais afastadas da Capital, que já carecem de maiores investimentos. “Significa dizer que moradores indígenas, os ribeirinhos ou a massa pobre poderão não ter mais acesso a energia elétrica, porque esse tipo de serviço pode ser muito oneroso e eles [consumidores] não terão condições de arcar com os valores que serão apresentados após a privatização”, complementou.
O sindicalista ressaltou que, durante todo o período em que a manifestação foi realizada, apenas os serviços essenciais foram mantidos, até para não prejudicar a população. Entretanto, não descartou a adoção de medidas mais duras, caso não haja uma sensibilização por parte do Governo Federal. “Temos em torno de 420 funcionários, mas na manifestação estavam quase 250. Nós fizemos um pacto com a empresa para manter os serviços essenciais.
Se não lograrmos êxito nessa primeira paralisação, iremos deflagrar outros movimentos paredistas e com um tempo bem maior, mas logicamente que isso será acertado em assembleia geral com os trabalhadores”, destacou João do Povo.
ELETROBRAS – De acordo com a Assessoria de Comunicação da Eletrobras Roraima, apenas 30% do quadro de servidores do órgão aderiu à paralisação realizada ontem, 03, o que acabou comprometendo, em parte, a realização dos serviços essenciais para a população.
“O consumidor que precisar de algum serviço recomendamos que solicite pelo atendimento telefônico 0800 70 19 120. A adesão de alguns empregados do posto de atendimento presencial causou lentidão no atendimento”, informou a empresa, em nota. (M.L)