Cotidiano

Servidores da Suframa param por 4 horas

Categoria decidiu paralisar atividades para cobrar o cumprimento integral do acordo firmado na greve realizada este ano

Servidores da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) fizeram uma paralisação de advertência das 8h às 11h da manhã de ontem. O protesto ocorreu cerca de seis meses após o fim da greve da categoria, que afetou a indústria e o comércio da região Norte no primeiro semestre deste ano.
Em Roraima, todos os 18 servidores da representação local cruzaram os braços. De acordo com o vistoriador  Daniel Bezerra, a paralisação ocorreu porque ainda não foram cumprindo todos os acordos feitos para a finalização da greve. “O que nós estamos fazendo em todas as representações da Suframa é uma paralisação de advertência”, frisou.
Conforme Bezerra, o Estado tem a menor representação de funcionários da superintendência na Região Norte, mas todos os serviços foram suspensos. “Tudo parou. Nossa maior demanda aqui é operacional. Os caminhoneiros reclamaram bastante. Também o cadastro e recadastro pararam”, disse acrescentando que os serviços não sofreram muitos prejuízos porque a paralisação foi muito curta.
A mobilização foi aprovada pela categoria em reunião ocorrida no dia 17, quando foram discutidas ações diante do descumprimento dos acordos. Dos três termos assinados, apenas um foi totalmente cumprido: a compensação, entre os meses de abril e outubro, pelos servidores das horas não trabalhadas durante o período da greve.
Na época, os servidores reivindicam reestruturação da tabela de salários (defasada desde 2008), reestruturação das áreas descentralizadas, retorno da autonomia dá autarquia e aprovação mais rápida dos Processos Produtivos Básicos (PPBs).
Esta é a segunda vez no ano que os servidores cruzam os braços para protestar. A primeira foi uma greve que começou no dia 19 de fevereiro e terminou 46 dias depois, no dia 7 de abril. Estima-se que o prejuízo causado pela ação tenha sido próximo dos R$ 300 milhões. Os servidores paralisaram as atividades nas unidades da Suframa localizadas em Roraima, Acre, Rondônia e Amapá.
PREJUÍZOS – Caminhoneiro há mais de oito anos, Francisco Sousa, 50 anos, chegou à representação da Suframa em Boa Vista, na manhã de ontem, e encontrou um aviso informando que a categoria estava fazendo uma paralisação de advertência. “Direto isso acontece esse negócio de fechar. Eles dizem que é porque não está havendo aumento de salário, mas e a gente, como fica?”, indagou. 
Ele disse que o prejuízo maior sempre é de quem depende dos serviços da Suframa. “Isso afeta nosso trabalho porque nós descarregamos aqui. É daqui de onde tiramos nosso sustento. O motorista viaja à noite toda para chegar cedo e encontra essa bronca. Fica todo mundo parado, de cara pra cima, enquanto estamos cansados, precisando fazer nosso trabalho para voltarmos para casa”, destacou.
Somente na manhã de ontem, mais de 20 caminhões aguardavam o final da paralisação em frente a representação, localizada na avenida Paulo Coelho, no bairro São Vicente, zona Sul. (JL)