Servidores do município de Caracaraí realizaram uma paralisação de advertência com o objetivo de chamar a atenção do poder executivo para as demandas da categoria nesta quarta-feira, dia 6.
Segundo o presidente dos Sinspuc, Raimundo Filho Morais da Silva, entre os motivos da paralisação estão as reivindicações sobre a diminuição do salário base dos servidores, direito de progressões, insalubridade e periculosidade, falta de materiais didáticos, merenda de qualidade, materiais de limpeza, manutenção, falta de material EPI (Equipamento de Proteção Individual) e climatização das escolas, dentre outros.
“Reunimos na quinta-feira, dia 31 de outubro, com os servidores municipais na sede do sindicato e tratamos de assuntos que vêm trazendo prejuízos aos servidores municipais e resolvemos realizar essa manifestação de paralisação de advertência diante da insatisfação dos servidores”, disse Raimundo.
Ele citou que a reunião aconteceu a pedido de servidores que perceberam uma diminuição do salário do mês de outubro, já pago dentro do próprio mês trabalhado.
“Os servidores, que tanto almejaram e lutaram pelas suas progressões, foram surpreendidos com a diminuição do salário base, onde a administração paga as progressões, mas reduz o salário. E no fim de tudo, o tão sonhado aumento e valorização dos servidores, não ocorreu”, afirmou. “Já houve várias tentativas de negociações com a administração, porém nada até agora foi cumprido. E diante do não cumprimento dos acordos firmados, os servidores optaram em paralisar e, se caso não seja resolvido, fazer a greve geral”, afirmou.
Prefeitura contesta informações e fala em pagamentos em dia
À Folha, a prefeita Socorro Guerra contestou as informações sobre redução de salários dos servidores e de outras cobranças, embora tenha citado que reconhece o direito de manifestação dos servidores.
“Não houve alguma redução de salários de servidores. Se teve algum caso não fomos comunicados”, disse. “Isso não existe”, afirmou. “Somos um dos poucos municípios do Brasil que pagamos dentro do mês trabalhado”, frisou.
Sobre a falta de material didático, a prefeita também negou e afirmou que o depósito da Prefeitura está abastecido dos principais itens.
“O que acontece são casos isolados em que alguns professores querem fazer alguma atividade comemorativa e não apresenta planejamento antecipado a coordenação da escola solicitando o material que precisa, é só fazer um planejamento antecipado”, disse.
Quanto à questão dos ajustes salariais e progressões, a prefeita citou a falta de repasses do ICMS durante o Governo de Suely Campos, o que, segundo ela, fez o município acumular dívidas.
“Com isso adquirimos dívidas e deixamos de pagar o patronal que acumulou em 14 milhões e parcelamos essa dívida com a União. Entramos em situação de emergência financeira decretada desde o ano passado, seguindo recomendação do TCE, e não podemos ter aumento de despesas, entre elas está o aumento de salários. Reconheço que eles têm esse direito, mas não tem como dar aumento aos servidores. Se pudesse aumentaria, mas não podemos”, justificou.