Cotidiano

Servidores do Estado podem deflagrar greve geral a partir de hoje

A diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Civis Efetivos do Poder Executivo de Roraima (Sintraima) realiza hoje, 20, uma assembleia extraordinária com servidores do quadro geral para discutir um possível descumprimento do enquadramento dos trabalhadores na lei nº 1.032. Por conta disso, o Sindicato afirmou que poderá deflagrar greve após a reunião. A assembleia será realizada no auditório da Central Única dos Trabalhadores em Roraima (CUT-RR), situada na avenida Mário Homem de Melo, bairro Buritis, na zona Oeste da Capital, a partir das 17h45.

“A nossa pauta está dividida em quatro situações: o fim do prazo para o enquadramento dos servidores na lei nº 1.032, que termina no dia 25 de julho; a discussão das ações que estão sendo tomadas em relação às progressões verticais e penosidade; a não correção inflacionária da data base no mês de maio; e a possível paralisação com indicativo de greve geral”, informou o presidente interino do Sintraima, Antônio Leal.

Segundo ele, além do enquadramento, também serão discutidas questões de salubridade, penosidade e periculosidade. “Estamos aguardando o Adicional de Qualificação e o Direito a Interiorização, que também não foram efetivados. São cerca de 5 mil servidores que, até o momento, não receberam os benefícios previstos em lei”, destacou.

A progressão vertical foi outro ponto citado por Leal. “Se a progressão não for efetivada, os servidores que possuem 12 anos de serviço, por exemplo, correm o risco de daqui a cinco anos estarem na mesma situação financeira de funcionários que entraram no ano passado. Então, é uma situação que não podemos aceitar”, comentou.

O presidente interino do sindicato disse ainda que a correção inflacionária da data base, corrigida sempre no mês de maio, ainda não foi efetivada este ano. “O Governo alega que não possui recursos e que houve uma diminuição do Fundo de Participação do Estado (FPE), uma redução de mais de R$ 200 milhões. Sabemos que essa quantia abalaria o funcionamento do Estado. Então a gente se pergunta: de onde o Governo tirou esse valor e onde estão os senadores e deputados federais para averiguar e tomar providências?”, questionou Leal.

De acordo com o sindicalista, os servidores do quadro geral se sentem desprestigiados. “Estamos nos unindo e mudando a metodologia de trabalho do Sintraima para lutar por nossos direitos, pois os benefícios estão previstos em lei, e caso ela não seja aplicada, os responsáveis estarão cometendo crime. Infelizmente, parece-nos que o Governo age de má-fé e não valoriza os trabalhadores”, concluiu.

OUTRO LADO – Em nota, a Secretaria estadual de Gestão Estratégica e Administração (Segad) informou que a Lei nº 1032 está sendo cumprida e o prazo vai até o dia 25 de julho. “A Secretaria não foi informada oficialmente sobre qualquer indicativo de greve por parte do Sintraima”, frisou. (B.B)