Cotidiano

Servidores do Tribunal de Justiça prometem greve para próximo mês

Em nota, TJRR declarou não reconhecer os motivos apresentados pelo Sintjurr para as três paralisações que ocorreram em junho e julho

Ao final da paralisação dos servidores do Tribunal de Justiça do Estado de Roraima, que se estendeu das 8h às 18h de ontem, 26, em frente ao Fórum Criminal, no bairro Caranã, o Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário de Roraima (Sintjurr) anunciou: “Se não houver apresentação de propostas às nossas reivindicações, a nossa greve será iniciada já na primeira quinzena de agosto”.

A fala é do presidente do sindicato, Luiz Cláudio de Jesus, e foi apoiada pelos quase 80 servidores que participaram do ato ao longo do dia. Essa é a terceira paralisação realizada pelo Sintjurr este ano, sendo a segunda somente no mês de julho. Além da mobilização concentrada em frente ao Fórum Criminal, comarcas do interior também paralisaram da mesma forma.

“Esses são atos preparatórios para uma greve que está cada vez mais possível. Após a nossa última paralisação, no dia 12, estivemos reunidos junto ao administrativo do Judiciário duas vezes. Essas reuniões foram frustrantes, pois nenhuma proposta foi de fato apresentada para nossas demandas”, explicou o presidente do sindicato.

Luiz Cláudio contou que tentou entrar em contato com a gestão administrativa do Tribunal de Justiça para que um diálogo possa ser estabelecido durante a paralisação. Entretanto, por causa de uma licença médica, a atual presidente do TJ, desembargadora Elaine Bianchi, não pôde atender os manifestantes e o vice-presidente, desembargador Mozarildo Cavalcanti, teria se negado a conversar com a classe. “A atual presidente do TJ está doente, e quem está respondendo é o vice. Entretanto, ele vive dizendo que não irá dizer nada, alegando que vice não manda, enquanto a Elaine está fora. Isso deixa o diálogo cada vez mais complicado. Estamos todos acéfalos”, criticou.

O presidente do Sintjurr disse que os detalhes de uma possível greve ainda serão acertados com os servidores. “O sindicato em si irá passar os próximos sete a dez dias aqui, tentando forçar esse diálogo com a presidência. Não possuímos uma data certa ainda, mas pelo o que nós já conversamos, é quase certeza que será já na primeira quinzena de agosto. Se não obtivermos respostas, infelizmente não teremos mais o que fazer”, relatou.

REIVINDICAÇÕES – A realização de um concurso público para o Tribunal de Justiça (TJRR) ainda é a principal reivindicação por parte do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário de Roraima (Sintjurr).

“O último certame realizado pelo poder judiciário foi em 2012. De lá para cá, nós estamos tendo uma sobrecarga absurda de trabalho. Isso ocorre porque muitos saíram, seja por insatisfação, aposentadoria ou afastamentos legais. Isso faz com que o quadro pessoal fique defasado, então o concurso público é a solução que pode nos tirar dessa carga pesada de processos”, disse.

A técnica judiciária Ariana Coelho contou que, apesar de apoiar a realização de um novo certame da forma mais rápida possível, acredita que isso só ocorrerá em 2019, se a comissão ainda estiver trabalhando nele. “A comissão tinha paralisado seus trabalhos para supostamente realizar um levantamento. Entretanto, pelo o que parece, ela está suspensa. Essa falta de transparência somada com esses entraves da comissão já demonstrou que este ano não irá rolar concurso. Agora, a preocupação é que também não haja concurso no ano que vem”, lamentou. (P.B)

Tribunal de Justiça afirma que não há motivos para paralisações 

O Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR) declarou, em nota, não reconhecer os motivos apresentados pelo Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário de Roraima (Sintjurr) para as três paralisações que ocorreram nos dia 13 de junho, 12 e 26 de julho. Em nota, informou que há uma Comissão do Concurso constituída, que está promovendo estudos para realização do certame.

“Os servidores do Poder Judiciário de Roraima têm vencimentos, direitos e vantagens em média muito superiores à realidade dos servidores municipais, estaduais e federais. O TJRR jamais atrasou ou parcelou os salários dos servidores e paga benefícios como auxílio-alimentação, plano de saúde e progressão vertical bienal de 10%”, alegou.

O TJRR também declarou que a atual gestão trouxe melhorias para os servidores, tais como o reajuste do auxílio-alimentação, redução da carga horária de 7 para 6 horas diárias com o aumento da informatização, com a implementação de processos virtuais. “Todos os 13 pleitos apresentados pelo sindicato, como a realização de concurso público, dependem de estudos e de normatização que já estavam em andamento”, finalizou. (P.B)