Cotidiano

Servidores fazem manifestação contra privatização da Caixa

Medida coloca em risco estabilidade financeira do país e continuidade de serviços à população, segundo Associação

Servidores da Caixa Econômica Federal (CEF) de todo o país promoveram ontem, 18, uma mobilização contra a proposta do Governo Federal de privatizar parte do capital público de empresas brasileiras, o que inclui também o setor bancário. Em Roraima, a ação foi iniciada pontualmente às 7h30, na agência da Caixa no Centro da Capital. 

“Nos últimos dias, foi veiculado na imprensa nacional que o Governo Federal pretende anunciar a abertura de capital da Caixa e isso seria o primeiro passo para a privatização da empresa. Então, esse dia de luta é justamente para a gente defender que a Caixa continue como uma empresa 100% pública e que continue desempenhando seu papel social para a sociedade brasileira”, afirmou o presidente da Associação de Pessoas da Caixa Econômica Federal (APCEF), Glayson Matos.

Servidor do órgão há mais de 15 anos, Matos classificou a possibilidade de privatização do capital da empresa como uma medida perigosa, uma vez que poderá trazer danos não só para os funcionários, mas também para a população em geral.

“Entregar todo o patrimônio do Brasil, de mão beijada, para o capital estrangeiro é uma atitude perigosa e muito estranha. A quem realmente interessa tudo isso? Só para você ter uma ideia, no último semestre, a Caixa apresentou um lucro recorde de R$ 4.1 bilhões, ou seja, ela consegue desempenhar o seu papel social, atuar como banco comercial e gera lucros. Então, qual é o interesse do Governo Federal em privatizar uma empresa desse porte? É muito estranho isso”, frisou.

Ainda segundo o presidente da APCEF, atualmente a Caixa possui cerca de 150 servidores no Estado, distribuídos em oito agências, sendo cinco na Capital, uma em Rorainópolis, uma em Caracaraí e uma em Pacaraima, além de um posto de atendimento no Município de São Luiz. “Nós estamos tentando fazer uma conscientização sobre o risco de privatizar uma empresa como a Caixa Econômica e todos os malefícios que haverá para a sociedade em geral. A gente tem conhecimento que, caso haja essa privatização, parte dos serviços que são prestados para a população serão afetados, inclusive a questão de habitação popular, que é o carro-chefe do banco. Havendo essa consumação, caberá a quem oferecer esse tipo de serviço?”, questionou Glayson Matos.

Durante todo o período de funcionamento das unidades, até as 13 horas, a diretoria da APCEF fez a panfletagem junto aos usuários das agências da Capital, para prestar todos os esclarecimentos da mobilização nacional. A ação teve ainda o apoio do Sindicato dos Bancários de Roraima (Sinfraf-RR).

“Além de um grande banco, a Caixa é um patrimônio do nosso país e privatizar esse capital significaria acabar com a estabilidade não só dos servidores, mas também jogar fora todo um desenvolvimento conquistado há anos. A União não leva em consideração as consequências que isso pode gerar, ou seja, dos danos que as futuras gerações vão arcar. Então, essa mobilização é importante até mesmo para esclarecer essa questão junto à sociedade, porque o Governo Federal está acabando com o nosso país”, declarou o presidente do sindicato, Adauto Andrade. (M.L)