Cotidiano

Servidores federais fazem manifestação

Várias categorias aproveitaram a visita da presidente Dilma para fazer cobranças por melhorias salariais

Sindicatos e servidores públicos do Instituto Federal de Roraima (IFRR), da Justiça Federal, da Universidade Federal de Roraima e do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), além de produtores rurais, aproveitaram o evento de entrega das casas populares – em que a presidenta Dilma Rousseff esteve presente, no início da tarde desta sexta-feira, no bairro Airton Rocha – para protestar contra cortes no investimento, aumento de salários e compromissos na educação.

Isabela Torres, técnica em assuntos educacionais do IFRR, que faz parte do Sindicato dos Profissionais da Educação Profissional e Tecnológica (Sinasef) disse que a classe reivindica mais qualidade da educação. “Nós tivemos um corte de mais de R$ 12 bilhões esse ano, o que inviabiliza a oferta de uma educação de qualidade. Então, estamos aqui para reivindicar que o governo cumpra com o seu compromisso de Pátria Educadora”, disse. “Reconhecemos que as pessoas merecem moradia, mas também pedimos que o governo cumpra com o compromisso”.

Representando os servidores do Poder Judiciário da União, que engloba a Justiça Federal, Justiça Eleitoral, Justiça Trabalhista e o Ministério Público Federal, a servidora da Justiça Federal Dory Brito disse que a categoria está lutando para que seja derrubado o veto do Plano de Cargo e Salários.

“Nosso Plano de Cargo e Salários foi aprovado na Câmara e no Senado, e a presidente Dilma vetou. Estamos pedindo apoio da nossa bancada federal para que seja derrubado o veto ao nosso plano que trata da reposição salarial, que nós estamos há nove anos sem reposição”, frisou.
A diretora da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Roraima (Sesduf/RR), Adriana Nunes, defende manter a greve na Universidade Federal de Roraima (UFRR). “Até o momento, o governo não apresentou nenhuma proposta com relação ao salário de 21,3%, dividido em quatro anos. Isso está abaixo da inflação, enquanto o governo corta a verba da educação, que hoje já está em R$12 bilhões. Ele aumenta o da iniciativa privada que hoje está mais de R$5 bilhões”, disse. “Estamos aqui com outras categorias de servidores públicos federais e vamos organizar mais atividades em nossa cidade para mostrar que não podemos aceitar tantos ajustes e o trabalhador é quem paga a conta”, disse.

Jucilene Silva de Assunção, técnico do Seguro Social do INSS, disse que a greve no órgão é com relação às aposentadorias. “Vemos nossos colegas se aposentarem que recebem somente a metade do salário, porque o nosso salário é composto quase que exclusivamente por gratificações. E essas gratificações são cortadas pela metade quando se aposenta”, disse.

Ele ressaltou que estão reivindicando 30 horas semanais para todos os servidores. “Tem agência que trabalha seis horas e outra que trabalha oito horas diárias, mas todos os servidores fazem o mesmo trabalho, todos os servidores recebem o mesmo salário, então, tem essa divisão que acaba até separando a própria categoria”, justificou.

Construção de Centro de Radioterapia em Roraima é anunciado pela presidente

Um Centro de Radioterapia será implantado em breve em Roraima. Pelo menos foi o que anunciou a presidente Dilma Rousseff em seu discurso durante a entrega das casas populares na tarde desta sexta-feira. “É importante ter um centro de radioterapia para tratar as mulheres que passam por problemas com câncer de seio ou de útero, elas precisam de ter tratamento”, disse. “Gostaria de avisar que estamos em fase final de concluir um investimento de R$ 6,5 milhões, com obra, mais equipamentos, e licitação para o Centro de Radioterapia de Roraima”, afirmou.

Dilma ressaltou que a licitação será pelo Regime Diferenciado de Contratações (RDC).  “Falo isso para dar um exemplo do que falta fazer, e falta muita coisa para fazer no Brasil e, obviamente, em Roraima também. Mas vocês podem ter certeza de uma coisa: eu me dedicarei dia e noite, hora por hora, a garantir que o País saia o mais rápido possível das suas dificuldades”, disse, retratando ainda que Roraima é o Estado mais distante de Brasília.

“Mas garanto que essa distância, para nós, do Governo Federal, só existe no mapa. Eu me considero hoje uma roraimada, no que prova que eu estou bem perto de vocês. Eu considero um grande desafio, sobretudo um exemplo, contribuir para que este Estado, que é o mais ao Norte do nosso País, tenha condições de vida e de desenvolvimento que o torne um símbolo aqui na região”, complementou. (R.R)

Dilma afirma que foi eleita pelo voto popular e não tem medo de ameaças

A crise política com as recentes derrotas na Câmara Federal, onde tinha mais de 400 parlamentares na sua base e hoje conta com pouco mais de 130, e a popularidade em baixa, em que 71% dos entrevistados reprovam seu governo, segundo o instituto Datafolha, o maior índice de reprovação (71%) desde a redemocratização do país, além crise econômica batendo à porta do brasileiro parecem não abalar a presidente Dilma Rousseff.

Em seu discurso durante a entrega das casas populares, na tarde de ontem, ela afirmou que é uma pessoa que “aguenta ameaças” e que uma democracia “respeita a eleição direta pelo voto popular”, se referindo indiretamente à onda de impeachment que surge em alguns pontos do país.

“Ao longo da vida, passei muitos momentos difíceis. Então, eu sou uma pessoa que aguenta pressão, que aguenta ameaça. Aliás, eu sobrevivi a grandes ameaças à minha própria vida”, afirmou. “O Brasil, hoje, é muito diferente daquele que eu tive de enfrentar as mais terríveis dificuldades. Por quê? Porque este País é uma democracia, e uma democracia respeita, sobretudo, uma coisa, respeita a eleição direta pelo voto popular. E eu respeito a democracia do meu País, eu sei o que é viver numa ditadura”, disse. “Podem ter certeza que, além de respeitar, eu honrarei o voto que me deram. A primeira característica de quem honra o voto que lhe deram é saber que é ele a fonte da minha legitimidade, e ninguém vai tirar essa legitimidade que o voto me deu”, frisou.

Ela ressaltou ainda, que o país tem que se dedicar à estabilidade institucional, econômica, política e social. “Eu sei que tem brasileiros que estão sofrendo, por isso eu me comprometo a trabalhar diuturna e noturnamente. E isso é minha obrigação, é meu dever, mas, além disso, eu me comprometo também a contribuir e a me esforçar pela estabilidade”, disse. “Quero dizer a vocês que me dedicarei com grande empenho a isso nos próximos meses e anos do meu mandato”, frisou. (R.R)