Servidores da rede municipal de ensino do Cantá, localizado na região Centro-leste de Roraima, realizaram, na manhã de ontem, uma manifestação pedindo melhorias nas escolas do município. O protesto, que reuniu cerca de cem pessoas, bloqueou uma das importantes vias de acesso da cidade, a RR-302, na entrada da ponte sobre o Igarapé Sucuriju.
A manifestação também reuniu estudantes e pais de alunos, que cobraram providências imediatas da prefeitura para amenizar os problemas das unidades de ensino. Segundo a mãe de um aluno, Edileuza Macedo, devido à falta de transporte escolar, merenda e materiais didáticos nas escolas, vários estudantes estão há meses sem frequentar as aulas. “Meu filho estuda em uma escola na Vila São Jorge. Os alunos estão há um mês sem aula por lá. Não tem transporte, não tem merenda, e muitas vezes os próprios professores ficam sem material para dar aula. É um descaso por parte da prefeitura”, afirmou.
Conforme ela, a manifestação foi feita para chamar a atenção da prefeita do município, Roseny Cruz Araújo (PMDB). “Todos se uniram para fazer esse manifesto aqui. Fechamos a rodovia e fecharemos novamente até que a prefeita apareça e tome uma atitude”, disse.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Servidores Municipais do Cantá, Joelma Maia, os problemas também atingem outros setores do município. “Estamos fazendo essa mobilização também por conta dos atrasos nos pagamentos dos servidores. O pagamento da educação não saiu ainda e a gente verifica que entra dinheiro nos cofres da prefeitura”, declarou.
A falta de pagamento, segundo ela, atinge cerca de 500 servidores, que estão há vários meses trabalhando sem receber salários. “É importante falar que o município está em situação crítica. Todo mundo está sendo afetado com esse descaso da prefeita. Os postos de saúde estão sem remédios e as escolas, sem merenda. É um descaso!”, relatou.
Caso a situação não seja resolvida o quanto antes, Joelma informou que um grupo de servidores fará denúncias ao Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) cobrando providências. “Vamos ao MP resolver essa situação. Por enquanto, é apenas uma paralisação de advertência e retornaremos ao trabalho hoje ainda”, frisou.
PREFEITURA – A Folha tentou, por várias vezes, entrar em contato com a prefeita do Cantá, Roseny Araújo, para comentar sobre a manifestação e as denúncias dos servidores, mas não obteve retorno. Por telefone, uma servidora da Prefeitura informou que ela não teria ido ao gabinete e não tinha quaisquer informações sobre a prefeita. (L.G.C)