Servidores públicos, de diversas secretarias e instituições ligadas a Administração Estadual, realizam nesse momento um ato em repúdio ao atraso no pagamento dos salários dos trabalhadores. A ação também marca o início da greve geral definida pelas categorias no fim da tarde desta segunda-feira, 22.
Reunidos em frente à Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), o ato está sendo encabeçado pelo Sindicato dos Trabalhadores Civis Efetivos do Poder Executivo do Estado de Roraima (Sintraima). Além do pagamento dos salários, eles cobram melhorias nas condições de trabalho e a não tramitação de decreto que pretende contingenciar o pagamento de gratificações para os servidores.
“Desde o ano de 2016, o Governo teve arrecadações que impediriam o Estado de estar passando por esse problema, no entanto, não houve o devido cuidado na administração desses recursos, o que acabou resultando nessa situação. Por esse motivo, os servidores decidiram parar as atividades com o intuito de sensibilizar a governadora sobre essa situação e que não haja o contingenciamento das gratificações que são de direito dos trabalhadores”, destaca o presidente do Sintraima, Francisco Filgueira.
Fazem parte da mobilização os servidores da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr), Companhia Energética de Roraima (Cerr), Fundação de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), Instituto de Terras e Colonização de Roraima (Iteraima) e Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), além dos agentes que atuam na segurança do sistema prisional local.
Vice-presidente do Sindicato dos Técnicos Agrícolas de Roraima (Sintag-RR), Jardel Brandão, alertou para o colapso das atividades de fiscalização que são realizada pelos servidores. Só para se ter uma ideia, os trabalhadores do Iteraima estão há aproximadamente 60 dias com os salários atrasados, o que já tem comprometido a locomoção dos mesmo para os ambientes de trabalho.
“Nós não estamos aqui pedindo nada injusto. O pagamento é algo de direito nosso e que trabalhamos incansavelmente para receber. Toda a classe está sendo afetada com isso e nós esperamos que o Governo tenha a sensibilidade de olhar para o trabalhador”, completou.
FANTASMA DO DESABASTECIMENTO – Outro reflexo negativo que pode ocorrer com a paralisação dos servidores diz respeito à circulação de dinheiro e ao desabastecimento de produtos no comércio roraimense.
Francisco Figueira, do Sintraima, acredita que os primeiros problemas já poderão estar sendo sentido nos próximos dias e que a situação tende a piorar, caso o Governo não esboce uma reação imediata frente à questão.
“O comércio, já está sentindo os reflexos desse problema, uma vez que o poder de compra do servidor está comprometido, é possível que futuramente haja demissões, porque muitos não terão como manter funcionários para exercer certas atividades, e esse impacto também pode acontecer no comércio de carnes, porque os fiscais agropecuários também estão cruzando os braços, assim como os técnicos agropecuários, as barreiras podem ficar abertas, o Estado também pode ficar sem de combustível, por conta da situação do posto Jundiá que ainda não parou por questões de segurança”, salientou.
A matéria completa você confere na Folha Impressa desta quarta-feira, 24.
Colaborou o repórter Pedro Barbosa.