Diante do anúncio de paralisação geral em todo o Brasil, movimento que acontece hoje, 28, contra as reformas da Previdência e Trabalhista, e da adesão de 40 sindicatos em Roraima, muitos serviços públicos e privados devem parar no Estado. Conforme os sindicalistas, as escolas e unidades de saúde das redes municipal e estadual, assim como órgãos federais e privados, não irão funcionar durante todo o dia.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Civis Efetivos do Poder do Executivo do Estado (Sintraima), Francisco Figueira, haverá uma adesão em massa dos trabalhadores. “O País inteiro está se mobilizando e iremos parar com todos os serviços. Nossa expectativa é que todos os professores, médicos, secretários, assistentes sociais, auxiliares administrativos e demais categorias estejam conosco nessa luta”, afirmou.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Boa Vista (Sitram), Sueli Cardozo, afirmou que a entidade mobilizou todas as escolas, unidades de saúde e secretarias municipais para convocar os profissionais. “A gente espera uma grande adesão dos profissionais das três esferas: segurança, saúde e educação”, informou.
Mesmo com o comunicado da Prefeitura de Boa Vista afirmando que irá descontar do salário a falta dos funcionários, Sueli disse que a categoria está decidida a se unir à manifestação. “Sabíamos que isso era possível, mas mesmo discordando dessa medida pagaremos com muito orgulho porque precisamos lutar por nossos direitos”, frisou.
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Boa Vista informou que todas as atividades inerentes a rotina administrativa e ao funcionamento das unidades de ensino estarão ocorrendo regularmente nesta sexta. “A participação na paralisação é uma decisão particular do servidor e, no que compete a esta secretaria, os serviços serão mantidos conforme expediente normal”, diz a nota.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado (Sindsep), José Carlos de Oliveira, informou que os servidores do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e da Superintendência Regional do Ministério do Trabalho vão paralisar as atividades. “Foi decidido, em assembleia, que iremos aderir à greve geral. Por isso, os agendamentos previstos para hoje, 28, serão reagendados para outra data.
Esperamos que a população entenda a nossa luta porque não queremos prejudicar os cidadãos, mas sim lutar pela sociedade”, disse o presidente.
Em nota, o INSS em Roraima confirmou que irá paralisar os serviços. “A agência vai abrir normalmente, mas não haverá atendimento. Os agendamentos que já foram feitos pelos segurados serão remarcados”, informou em nota.
O Sindicato do Poder Judiciário, do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas do Estado de Roraima (Sintjurr) frisou que os servidores também vão participar da greve geral. “Iremos nos mobilizar porque as reformas nos afetam diretamente e trarão grandes prejuízos para toda população brasileira”, disse o presidente do Sintjurr, Jorge Schwinden.
A presidente da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Roraima (Sesduf), Vânia Lezan, acredita que 100% dos professores vão parar. “Em assembleia realizada na semana passada, foi aprovada a paralisação. Durante nossa visita às salas de aula e após a conversa com os professores, notamos uma receptividade muito grande. Acredito que conseguiremos paralisar todos os trabalhos realizados na universidade”, ressaltou.
Em relação ao ensino privado, a Faculdade Cathedral informou, em nota, aos seus professores e acadêmicos que não haverá aula na instituição nesta sexta-feira, 28. “A suspensão se dará em razão da paralisação geral marcada pelas classes sindicais e sociedade em geral, onde muitos serviços serão afetados”, citou. (B.B)
Bancos aderem a movimento e não devem funcionar durante paralisação
O Sindicato dos Bancários em Roraima (Sintraf) anunciou na manhã de ontem, 27, que participará da paralisação nacional que acontece hoje, 28, contra as reformas da Previdência e Trabalhista. A expectativa da categoria é que os bancos e casas lotéricas não funcionem durante o movimento.
Conforme o presidente do Sintraf, Adauto Andrade, todos os trabalhadores devem parar. “Nenhum serviço será realizado durante a greve geral. Todos nós estamos sendo muito prejudicados enquanto os parlamentares estão se aposentando com dois mandatos. A nossa pretensão é que os profissionais de todas as categorias unam-se para mostrarmos a nossa força”, disse.
Com o anúncio da paralisação, muitos servidores sofrem ameaças e, de acordo com Andrade, podem não aderir ao movimento. “Mesmo com as ameaças iremos para a luta. O Sindicato dos Bancários convoca toda a classe a participar dessa manifestação pela garantia dos nossos direitos”, concluiu. (B.B)
Taxistas vão paralisar por uma hora
A Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Emhur) informou que, apesar de o Sindicato dos Taxistas oficializar a paralisação por uma hora de 100% da frota, a empresa determinou que operem com no mínimo 30%, conforme previsto em lei.
Já o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Roraima (Sindaima), Thiago Lima, disse que o serviço prestado pelos ônibus irá funcionar normalmente. “Não aderimos à paralisação. No entanto, o que pode acontecer é algum atraso em relação ao horário ou redução do efetivo devido ao acontecimento, já que muitas pessoas estarão nas ruas participando desta ação”, afirmou. A Emhur informou que o sindicato oficializou a paralisação, porém, conforme a gerência das empresas de ônibus, os serviços funcionarão normalmente.
Empresas de transporte aéreo não vão realizar voos
Após o anúncio de paralisação dos aeroviários em vários aeroportos do país, a empresa aérea Gol abriu a possibilidade de os passageiros anteciparem ou adiarem suas viagens, sem custo. Conforme a empresa, esta medida é uma maneira de evitar transtornos aos clientes e passageiros. “Em função da eventual greve, os clientes com voo marcado para hoje, 28, e que desejarem remarcar sua viagem, poderão fazê-lo sem custo pelos canais de atendimento online ou pelo número 0800 704 0465″, informou a Gol.
Indígenas vão interditar a BR-174 norte
Moradores da comunidade indígena Sorocaima, que fica às margens da BR-174 Norte, que liga Boa Vista ao Município de Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, anunciaram que vão fechar a rodovia acompanhando os protestos que ocorrerão em todo o país hoje. “Estamos sendo prejudicados com essas reformas da Previdência e trabalhista e temos que lutar pelo direito de quem vive no campo e pelo direito dos indígenas”, afirmou Santos, um dos moradores do local.
O protesto já foi comunicado para a Polícia Rodoviária Federal em Roraima, que acompanhará a manifestação. A princípio, os veículos – exceto ambulâncias e carros oficiais – não poderão cruzar a rodovia por algumas horas. (M.S)