Cotidiano

Servidores públicos continuam a espera de pagamento

As categorias reunidas em frente ao Palácio Senador Hélio Campos confirmaram que a greve geral continuará até que o Governo regularize a situação

Servidores públicos continuam acampados em frente ao Palácio Senador Hélio Campos, sede do Governo do Estado, na expectativa de pagamentos em atraso. Prometido para sair ontem, 31 de outubro, as contas dos trabalhadores continuam zeradas, angustiando milhares de famílias.

Debaixo de uma tenda, funcionários de vários órgãos esperam que Governo dê uma satisfação em relação ao não cumprimento da promessa firmada no início deste mês. Muitos deles estão até descrentes em relação à possibilidade de receber algo ainda este ano.

“Muitos de nós já com uma descrença dão grande que acredita que não vai mais sair esse ano. Na nossa avaliação, o Governo atual vai jogar essa responsabilidade para a próxima gestão e ela não vai poder dar garantias de que conseguirá normalizar esses pagamentos, pois eles vão estar empenhados e organizar as finanças do Estado”, comentou Carlos Júnior, servidor público da Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh).

Por conta do problema, os trabalhadores definiram após uma assembleia geral a continuidade da paralisação dos serviços que são desenvolvidos em diversos órgãos, dentre eles a Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caerr) e Instituto de Terras e Colonização de Roraima (Iteraima), além do Centro Socioeducativo Homero de Souza Cruz Filho (CSE).

No caso do CSE, a situação é ainda mais preocupante, uma vez que uma decisão proferida pela 2ª Vara da Infância e Juventude permitiu que socioeducandos em regime de semiliberdade possam cumprir a pena domiciliar. Para a servidora Dorinha Pereira, a medida tem sido interpretada pela categoria com uma tentativa para desmobilizar o movimento grevista.

 “Durante a nossa assembleia geral, a Vara da Infância tomou a decisão de autorizar que os menores cumpram as medidas em suas residências, possibilitando o remanejamento dos servidores da semiliberdade, que funciona na Cidade da Polícia Civil, para suprir o quadro de agentes da unidade do Bom Intento. Na nossa interpretação, o juiz está tomando uma medida que não seria de sua competência e nós estamos ainda sob efeito da lei eleitoral, que impede esse tipo de decisão. A gente nota que a governadora tem tentado nos coagir, mas nós vamos permanecer lutando até que ela pague a todos os servidores”, destacou.

A mobilização dessa manhã também reforça o ato encabeçado pelos familiares de bombeiros e policiais militares que estão acampados desde a noite de terça-feira, 30. Esposo de uma soldado reformada, Francisco de Assis informou que a situação só não saiu do controle graças a solidariedade de amigos e da própria população.

“Alguns de nós ainda não chegou ao limite, mas essa situação nos preocupa, por já são dois meses de atraso e não há previsão alguma de normalizar esse pagamento. Por sorte, os amigos e algumas pessoas estão nos ajudando com doações e o nosso objeto é sair daqui só quando o Governo pagar a todos”, completou.   

POLICIAIS CIVIS ACAMPAM NO 5º DP – Outra categoria paralisada é a dos policiais civis do Estado, que também estão há dois meses sem salários. Em razão disso, vários servidores decidiram montar tendas ao lado do 5º Distrito Policial (5º DP), que funciona no Distrito Industrial.

Segundo a escrivã de polícia Kelly Pinto, até as 11h30, cerca de 250 pessoas integravam a mobilização que também tem o objetivo de pressionar o Governo sobre os atrasos salarias.

“Evidentemente que não podemos parar as atividades e deixar a população desassistida, por isso que decidimos transferir todas as atividades para o prédio do 5º DP, justamente por ser a única com estrutura para atender as demandas”, comentou.

A matéria completa você confere na Folha Impressa desta sexta-feira, 2. 

OUTRO LADO – A Secretaria de Estado da Fazenda informou em nota que em razão da alteração da ordem de prioridade do recurso disponível em caixa por determinação judicial, está sendo priorizado o pagamento do duodécimo dos Poderes, bem como a dívida pública.

“Nesse sentido, a agência bancária está cumprindo a referida decisão e até o dia 9 de novembro, a folha de pagamento referente ao salário de setembro do restante do funcionalismo público será paga”

A nota informa ainda que na medida em que a arrecadação de impostos for contabilizada nas contas do governo, será iniciado pagamento de salário de servidores, referente ao mês de outubro.