Após a denúncia de que um ex-secretário adjunto do município de Boa Vista teria abusado sexualmente da enteada de 12 anos, a Folha recebeu relatos de subordinados do adjunto, que dizem ter sofrido assédio moral praticados por ele.
O adjunto foi exonerado na última sexta-feira, 26, após a mãe da menina ter registrado um Boletim de Ocorrência contra ele.
Um servidor afirma que várias denúncias já foram formalizadas contra o ex-secretário, mas segundo ele, não teriam sido apuradas devidamente.
“Ele tem a conduta imoral, repugnante, criminal para com os próprios colegas que compõem o quadro de funcionários. Por conta de sua conduta autoritária e de perseguição ele já ficou por quase cinco anos sem poder exercer qualquer cargo de natureza comissionado. Vários funcionários tem ação contra ele na justiça, inclusive eu sou um deles”, disse.
O denunciante relatou ainda alguns casos de assédio sexual dentro do ambiente de trabalho. “Muitas das meninas que foram assediadas não denunciaram por medo de serem perseguidas. O descaso e a certeza da impunidade imperam. Ele responde a vários processos inclusive por tortura e nada acontece. Ele segue intocável”, acrescentou.
Outro servidor contou que alguns colegas passaram a ter problemas psicológicos devido a pressão sofrida por parte do ex-secretário. “Ele coloca quem pensa diferente dele nas piores circunstâncias e faz de tudo para punir. Desde quando ele assumiu tem profissionais com problemas psicológicos e até estão deixando o local de trabalho”, contou.
Um dos denunciantes ouvido pela Folha, disse que só agora teve coragem de falar, pois tem medo de perseguição. “Tudo que se faz um dia vem à tona, ele perseguiu tanto a gente, e hoje as coisas ruins que ele fez estão sendo mostradas. Deus não falha”, pontuou
OUTRO LADO
A reportagem tentou contato com o ex-secretário por meio de ligações e mensagens, mas não obteve êxito. O espaço segue aberto para posicionamento.
PREFEITURA
Por meio de nota a Prefeitura Municipal de Boa Vista informou que a Secretaria em questão possui corregedoria própria composta por membros efetivos, cujos trabalhos são exercidos com independência. A Prefeitura disse ainda que não há acusações de faltas disciplinares sem a devida apuração.