Servidores terceirizados da empresa Sanepav – Saneamento Ambiental, contratada pela Prefeitura de Boa Vista para realizar a varrição e a coleta de lixo da Capital, ameaçam paralisar as atividades. Segundo eles, a companhia ainda não se posicionou sobre o reajuste anual de salário, o que tem gerado insatisfação aos funcionários, que se reuniram no final da tarde de ontem, 21, na frente da empresa, na rua João Barbosa, Mecejana, para protestar.
O procurador da Federação Nacional dos Trabalhadores em Serviços, Asseio e Conservação, Limpeza Urbana, Ambiental e Áreas Verdes (Fenascon), Fabiano Xavier, confirmou que o motivo do protesto é devido ao não posicionamento da empresa quanto ao reajuste anual. “A data base começa no dia 1º de janeiro, então precisamos que o reajuste seja feito o quanto antes, caso contrário, não haverá aumento. Se as reivindicações não forem atendidas, a categoria vai paralisar as atividades por tempo indeterminado”, afirmou.
Atualmente o salário dos servidores da Sanepav é de R$ 894. Com o aumento de 30%, reivindicado pela classe, subiria para R$ 1.052. “Mesmo assim seria um valor aquém do que é praticado em outras cidades do País.
Em São Paulo, por exemplo, a mesma empresa paga R$ 1.417,50 aos servidores. O salário aqui está muito defasado, é humanamente impossível executar o trabalho da empresa”, frisou Fabiano Xavier.
Segundo ele, além de São Paulo, outras cidades da região Norte, como Manaus e Porto Velho, praticam salários mais altos. “O que não entendemos é como o valor do contrato da mesma empresa com essas cidades é menor e eles pagam um salário maior aos funcionários. Não dá para entender”, argumentou.
A Sanepav também não se posicionou sobre o aumento do vale alimentação e refeição da categoria. “Esses benefícios são essenciais para os trabalhadores. Pais e mães de família dependem do emprego e do dinheiro, mas ficam à margem de toda a situação. Assim eles não têm condições de ter uma vida melhor”, concluiu.
Um dos funcionários da empresa, que preferiu anonimato, disse que os servidores estão dispostos a paralisar o trabalhose não houver aumento. “O que está acontecendo é uma humilhação. Se for necessário, nós vamos parar. Precisamos ter condições para alimentar nossas famílias e isso tem que mudar. O nosso trabalho é duro, passamos o dia inteiro fardados sofrendo com o calor escaldante. Não podemos aceitar esta situação. As empresas precisam valorizar e respeitar os funcionários”, ressaltou.
OUTRO LADO – A Folha foi até a sede da empresa e tentou entrar em contato com o responsável para que desse um posicionamento sobre o manifesto dos servidores. No entanto, ele não estava no local. (B.B)