Cotidiano

Servidores tentam negociar com deputados

Mediante a intenção dos deputados de reprovar o projeto que cria o vale-alimentação de R$ 500,00, servidores pedem uma adequação à matéria

Depois que alguns deputados externaram preocupação quanto à aprovação do projeto de instituição do auxílio-alimentação de R$ 500,00 para todos os servidores públicos estaduais, proposto pelo governador Chico Rodrigues (PSB), servidores públicos do Estado estiveram na manhã de ontem, na Assembleia Legislativa de Roraima, para tentar negociar com os deputados estaduais a  adequação e aprovação da matéria. De acordo com o presidente do  Sindicato dos Trabalhadores Civis do Poder Executivo do Estado de Roraima (Sintraima), Francisco Figueira, a aprovação dos parlamentares seria a última barreira para beneficiar mais de 16 mil servidores da administração direta do Estado que ainda não têm direito ao beneficio.
O projeto pretende atender tanto a servidores efetivos, como comissionados e temporários, porém, devido à intenção de não aprovar a matéria, anunciada de maneira informal em plenário, o Sintraima agora pede a adequação para modificar a proposta e que assim possa beneficiar os servidores efetivos que recebem até três salários mínimos.
“Como eles [os deputados] estão contrários à aprovação do projeto, nós estamos pedindo uma adequação que possa atender a quem precisa de verdade. Estamos propondo que eles levem em consideração, pelo menos, os servidores efetivos do nível básico, porque os cargos comissionados são de confiança do eleito e os efetivos são de confiança do Estado”, disse o sindicalista.
Conforme Figueira, um servidor de nível básico recebe como salário base o valor de R$ 610,00, menos que o salário mínimo, atualmente no valor de R$ 724,00. “Vamos lutar pela adequação, é uma injustiça com servidores do Estado. Enquanto há servidor ganhando auxílio-alimentação de mais de R$ 2 mil, outros recebem menos que o salário mínimo e precisam sobreviver só com isso”, enfatizou.
O problema, conforme Figueiras, é que a bancada alega que o Orçamento do Estado para 2015 não pode arcar com a proposta.  “Existe um embate muito grande em relação a essa proposta, porque foi mandada em final de mandato e porque vai inchar o orçamento. Então, se eles não querem aprovar esse valor, que pelo menos pensem em quem trabalha para eles e precisa disso”, enfatizou.
Servidora efetiva do Hospital Geral de Roraima (HGR) há dez anos, Isabel Filha destacou que o auxílio ajudaria os servidores do nível básico que não passam por um reajuste salarial há anos. “Nós não temos reajuste há muito tempo. Esse auxílio iria nos ajudar muito, pois o nosso salário base é menor que o salário mínimo. Então, isso viria contribuir de forma significativa na nossa alimentação, o que melhoraria nossa qualidade de vida, pois nós temos dificuldade de alimentarmo-nos com o salário que recebemos hoje”, disse a servidora.  (JL)