Servidores de duas empresas terceirizadas contratadas pelo Governo do Estado para realização de serviços no Hospital Geral de Roraima (HGR) paralisaram as atividades em razão de atrasos no pagamento de salários. Iniciada na manhã de ontem, 10, a mobilização contou com pouco mais de 20 servidores, que relataram que o pagamento estava previsto para sair até as 12 horas de ontem, o que não aconteceu.
Sem dinheiro, muitos já estão passando dificuldades para honrar com os compromissos do dia a dia. “As alegações são as mais diversas, desde o bloqueio da conta a desculpas de que o Governo não repassou o dinheiro para a empresa. Já estamos entrando no quinto mês de atraso, e eles ficam nos enrolando, dizendo que tem que aguardar”, relatou o vigilante, J. M., 40 anos.
De acordo com os próprios servidores, a empresa que presta serviço de vigilância para a Secretaria estadual de Saúde (Sesau) não paga há cinco meses os salários dos servidores. A terceirizada responsável pela limpeza do Hospital Geral estaria, também conforme os trabalhadores, há quatro meses sem efetuar os pagamentos.
“Já perdemos as contas de quantas vezes tivemos que nos virar para conseguir dinheiro para chegar até o trabalho. Tem colegas nossos que deixaram de comparecer ao trabalho porque não tem como vir para cá. Não é uma situação nova e, infelizmente, eles só nos pagam quando a gente resolve denunciar para a imprensa”, destacou o funcionário C. S., de 33 anos. “O último salário que recebemos foi referente ao mês de junho e de lá pra cá, a situação só piorou”, completou a servidora Rosangela Félix, também de 33 anos.
SESAU – Por meio de nota, Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou que fará repasses para as empresas ainda nesta semana para que o serviço seja restabelecido o mais rápido possível. “A gestão esclarece que o pagamento dos funcionários terceirizados deve ser garantido em dia pela empresa contratada mesmo que haja atraso nos repasses [pelo contratante] por até 90 dias”, alegou.
Ainda de acordo com a Secretaria de Saúde, nos casos de eventuais descontinuidades no serviço, são mantidos os serviços essenciais. “A limpeza, por exemplo, é concentrada nos locais mais críticos, como centro cirúrgico, trauma, setor de esterilização e pronto atendimento”, concluiu. (M.L)