A Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde (CGVS) da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) criou um grupo de trabalho com foco no acompanhamento e monitoramento de todas as informações nacionais e internacionais ligadas, direta e indiretamente, ao Ebola. O grupo vai atuar especificamente em Roraima e segue o Plano de Ação do Ministério da Saúde (MS).
O epidemiologista Rodrigo Brasil, que faz parte do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cieves), informou que já existe um plano estratégico definido e que começa a colocá-lo em prática com o treinamento dos profissionais e aquisição do equipamento de proteção individual. “Estamos seguindo as orientações do Ministério da Saúde na execução de um plano de contingência para que fiquemos preparados em caso de aparecer algo suspeito em Roraima”, frisou. Ele explicou que todos os estados estão sendo preparados de acordo com suas realidades. No caso de Roraima, as ações serão mais intensas devido às fronteiras com a Venezuela e Guiana. “Temos que debater e definir uma estratégia com mais segurança em relação ao transporte de ambulâncias que vêm desses países, diante da possibilidade de um caso chegar lá e de repente serem encaminhados para Roraima”, disse.
Quanto ao treinamento dos profissionais da área de saúde, para estarem aptos a lidar com a situação, Rodrigo Brasil informou que está dentro do planejamento que está sendo adotado. “Estamos nos preparando para ter uma regulação maior no sentido de estarmos prontos para agir não só contra o Ebola, mas contra qualquer doença que chegue”, disse. “Até porque, chegamos a um consenso que, ao envolver fronteiras, extrapola o setor saúde, por isso, envolvemos o Ministério Público, Polícia Federal, Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] e outros setores por entender que o Ebola necessita de uma ação mais imediata”, disse.
Rodrigo Brasil informou que um encontro marcado para o final da tarde de ontem iria reunir os profissionais e responsáveis pelas unidades de referências hospitalares, onde inicialmente as pessoas com possíveis sintomas de Ebola devem procurar atendimento. Num segundo momento, seriam preparadas as unidades básicas de saúde nos municípios.
“Já temos um planejamento montado e vamos primeiro preparar a rede hospitalar, dar celeridade a processos de aquisição de equipamentos de proteção individual para os profissionais e correr para acompanhar essa dinâmica do Ebola”, disse. “Os comentários de que havia um caso suspeito em Roraima não existem”.
GRUPO – O grupo de trabalho é formado por aproximadamente nove pessoas, representantes da Coordenação Geral de Vigilância em Saúde (CGVS), Departamento de Vigilância Epidemiológica (DVE), Departamento de Vigilância Sanitária (DVS), Laboratório Central de Roraima (Lacen), Hospital Geral de Roraima (HGR), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Hospital Santo Antônio (HCSA) e Serviço Móvel de Urgência e Emergência (Samu).
“Esse grupo se reúne às quintas-feiras para discutir a logística em torno do atendimento à pessoa com Ebola e atua com base nas informações obtidas pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde”, disse Brasil.
EBOLA – Até o momento, não há registros de casos do vírus Ebola no Brasil. O Ministério da Saúde já disponibilizou demonstrativos sobre uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) na assistência e transporte de casos suspeitos.
Em São Paulo, profissionais de saúde realizam simulados para eventuais casos suspeitos da doença em viajantes. As simulações aconteceram no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, e no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em parceria do Ministério da Saúde com a Secretaria Estadual de São Paulo. Ao todo, 150 pessoas participaram da simulação.
“Nos já recebemos o vídeo do Ministério da Saúde com essa demonstração. Cópias foram entregues para as principais unidades de saúde, da rede pública e particular, para conhecimento”, frisou Brasil. (R.R)
MP reúne órgãos para acompanhar estratégias preventivas contra o Ebola
Diante da preocupação mundial com o vírus Ebola, a promotora de Justiça de Defesa da Saúde do Ministério Público de Roraima (MP/RR), Jeanne Sampaio, reuniu-se com representantes de diversos órgãos ligados à Saúde e à Segurança em Roraima com a finalidade de discutir as medidas que estão sendo tomadas para serem adotadas em possíveis casos de chegada do Ebola ao Estado.
A reunião ocorreu na segunda-feira e contou com representantes e profissionais da Sesau (Secretaria Estadual de Saúde), Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Polícia Federal, Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e Ministério Público Federal (MPF). “Todos os estados estão elaborando o plano de contingência e de prevenção à saúde no Estado”, frisou.
A promotora destacou o fato de Roraima fazer fronteira com dois países e por isso ter sido discutido durante a reunião da execução de um plano de emergência que está sendo fechado entre os órgãos envolvidos. “A discussão da reunião foi em função das medidas que poderiam estar sendo implementadas nas fronteiras terrestres para garantir mais segurança nas estratégias que possam vir a ser adotadas”, frisou.
Ela explicou que outras reuniões ainda serão realizadas, inclusive com os departamentos de vigilância e saúde da Sesau. “Estamos fazendo um trabalho preventivo para adotar medidas para estarmos preparados caso possíveis ocorrências venham a surgir”, frisou.
Entre as ações já iniciadas, Jeanne Sampaio informou que o Ministério da Saúde vem realizando videoconferências para deixar os profissionais por dentro do que está acontecendo no País. (R.R)
Cotidiano
Sesau cria grupo de trabalho e inicia plano de contingência do vírus Ebola
Plano estratégico está sendo colocado em prática com treinamento dos profissionais e aquisição do equipamento de proteção individual