A Secretaria Estadual de Saúde afirmou que identificou a doença que atingiu os presos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo e descartou a hipótese de bactéria não identificada.
Ainda segundo a Sesau, as análises laboratoriais feitas pela CGVS (Coordenação Geral de Vigilância em Saúde) confirmaram que a doença é a piodermite, do tipo impedigo, uma infecção na pele causada por bactérias oportunistas, que ocorre quando já existe uma lesão de pele do tipo escabiose.
“Os presos passaram por atendimento de infectologista e dermatologista, e estão recebendo tratamento com antibióticos e reposição de vitaminas. Exames diários e tratamento continuado estão sendo feitos”.
A doença, até então misteriosa, estava causando paralisia, necrose de membros, coceira intensa e estava “comendo” a pele dos detentos, além de se alastrar facilmente deixando 29 pacientes internados no Hospital Geral de Roraima, o maior do Estado, dos quais 15 deles atingidos diretamente pela doença e os outros 14 com outras doenças contagiosas que teriam sido intensificadas pela falta de limpeza e superlotação da maior unidade prisional do Estado.
Em conversa com a reportagem, a estudante S.A. conta a história do irmão de 20 anos que foi preso acusado de tráfico e após quatro meses na Pamc ficou infectado pela doença.
“Ele está a 7 dias em tratamento, mas ainda não sabemos o que tem. O corpo está todo cheio de feridas e não consegue ficar em pé. Algumas partes do corpo estão escuras, necrosadas, e assim como ele, outros detentos estão aqui no corredor do hospital na mesma situação. Queremos apenas que ele seja tratado decentemente. No presídio não tem condição. Estava usando o mesmo uniforme desde o dia em que foi preso, 4 meses atrás, sem nunca ter sido lavado” disse. A família tenta, via Defensoria Pública, que o rapaz obtenha direito à prisão domiciliar.
Por enquanto, os presos terão uma ala específica no hospital para atendimento especializado, para que a bactéria não infecte outros pacientes.