VANESSA FERNANDES
Editoria de cidade
A denúncia de que as bolsas de sangue do Hemocentro estariam estragando por falta de condições de armazenamento foi negada pelo governo de Roraima.
Os denunciantes, que preferiram não se identificar com receio de represálias, informaram que a precarização na instalação elétrica e estrutura do Hemocentro, seriam os reais motivos para tantas campanhas e não a baixa adesão dos roraimenses. Eles disseram que o prédio está sempre lotado de voluntários e possui bolsas de sangue suficientes para o abastecimento, não havendo motivos para o estoque ser considerado crítico.
A Secretaria de Saúde (SESAU) negou a denúncia e disse que o Hemocentro possui gerador próprio acionado imediatamente em casos de queda de energia, atendendo totalmente a demanda da unidade.
Ainda segundo o governo, as 276 bolsas presentes no estoque até o fechamento da matéria estão armazenadas em um Freezer Ultra, outros quatro freezers e oito refrigeradores Indrel foram adquiridos entre dezembro de 2017 e abril de 2018. Os dois freezers e um plaquetário utilizados há mais tempo no setor de processamento, não tiveram os seus períodos de aquisição revelados. “Todos esses equipamentos passam por manutenção preventiva uma vez por mês” diz trecho da nota.
Questionados sobre a quantidade diária de doações, a SESAU afirma que são necessárias 60 bolsas por dia para atender a demanda dos hospitais, entretanto, no mês de maio houve média de 37 doações por dia e 56 em junho.
Ainda informa que nove funcionários são responsáveis pelo processo de armazenamento das doações, que antes passam pela coleta, descanso da bolsa, centrifugação e fracionamento. “Todos são armazenados de acordo com a temperatura prevista na legislação que rege os procedimentos hemoterápicos, conforme a Portaria de Consolidação do Ministério da Saúde Nº 5 de 28 de setembro de 2017” ressalta.
Sobre a validade e o tempo de permanência das bolsas no estoque, explica que os hemocomponentes possuem validades distintas de acordo com cada tipo, porém não ficam armazenadas durante todo o período de validade no setor de processamento, já que são distribuídos para as Agências de Transfusão, nos hospitais.
Justificando o número de campanhas realizadas, a SESAU destaca, conforme escrito na Portaria de Consolidação nº 5 do MS (Ministério da Saúde), de 28 de setembro de 2017, que a doação de sangue deve ser um ato voluntário e altruísta. Por esse motivo, por mais que sejam promovidos constantes chamamentos públicos para doação, as unidades de saúde que necessitam de bolsas de sangue, dependem exclusivamente da voluntariedade da população.