Um adolescente, com cerca de 13 anos, teria sido expulso do Sesc Roraima na tarde dessa quarta-feira (5) por estar com uma arma branca dentro da sala de aula. As aulas desta quinta-feira (6) foram suspensas após a situação.
Segundo as informações obtidas pela reportagem, um pai enviou mensagem no grupo de responsáveis dos alunos do 8 ano após a filha ligar chorando por ter um menino com uma arma, até o momento não identificada. Antes do homem chegar ao centro educacional, a menina alegou que a situação já havia sido controlada e o adolescente, encaminhado à direção.
“Cheguei no local e conversei com minha filha, que já estava de volta à sua sala. Conversei com a senhora [nome ocultado] a qual disse que o aluno será expulso e que a direção estava a caminho da escola para providências, e que a referida arma, se tratava de uma arma branca, uma faca grande”, informa o pai na mensagem enviada.
Após isso, o responsável recomendou uma reunião urgente com a direção da escola para cobrar segurança armada ou detectores de metais na entrada da unidade. “Não precisamos passar pelo que os pais de Santa Catarina estão passando para que algo seja feito”, finaliza.
A Polícia Militar de Roraima (PMRR) esteve na escola para conduzir o adolescente ao departamento policial, acompanhado de responsáveis da escola. O menino não teria apresentado motivo para estar com a arma branca dentro da sala de aula.
Outro possível caso
Na segunda-feira (03) boatos circularam nos grupos das turmas da mesma escola com a informação de que um jovem do ensino médio teria ameaçado uma professora com uma tesoura sem ponta. Alguns estudantes teriam visto a ação do rapaz de, provavelmente, 15 anos, que escondeu o objeto no pulso e manga do casaco para reagir sobre uma nota baixa em uma prova. O menino teria recebido uma suspensão de três dias.
Unidade de idiomas
Nesta mesma ocasião, denúncias foram feitas à Folha sobre um homem de 38 anos que estaria entrando com facas nas aulas de Espanhol intermediário em um centro de ensino de idiomas, no bairro São Francisco. Os pais e colegas de classe disseram que o homem foi delatado mais de uma vez para a ouvidoria da instituição e foi chamado a depor após o registro de um Boletim de Ocorrência.
Segundo as informações, o homem teria entrado a primeira vez com uma faca no dia 23 de março. Os estudantes viram e fizeram reclamação na ouvidoria. Dias depois, ele teria entrado com duas facas, mas uma ficou na portaria após revista pessoal. Dentro da sala, novamente, os alunos teriam visto o homem com a arma branca e relataram à coordenação, além de registrarem um Boletim de Ocorrência.
O pedido do grupo é de que medidas de segurança sejam tomadas o mais rápido possível para que não ocorra mortes, como tem acontecido em escolas do Brasil. Recentemente, o estudante foi intimado a depor e os pais souberam o que o centro de idiomas faria.
“O coordenador falou o procedimento deles que passou para o jurídico. Foi feito uma ação, ouviu a professora, ouviu ele e fizeram uma ata. Aí você vê que ele está ciente dessa reclamação. Depois perguntou o que eu achava que devia ser feito e falei que era afastar ele porque isso não é um procedimento normal. Isso não é atitude de aluno”, disse o pai de um dos alunos.
Conforme uma das reclamações enviadas à ouvidoria da instituição, o homem já teria um histórico de comentários estranhos e que riu quando soube da notícia da professora que morreu no atentado à uma escola em São Paulo.
“Sempre faz comentários que parece viver em uma realidade paralela, como uma vez afirmou que era um mensageiro do império inca. Gosta de perguntar sobre palavras de cunho sexual durante a aula e entre muitas outras questões. Solicito emergencialmente uma atitude firme e assertiva da instituição em prol da segurança de todos antes que a situação prossiga para um estágio pior”, informa a reclamação.
Medidas de segurança
As unidades escolares foram procuradas pela reportagem para saber quais medidas de segurança serão tomadas diante das situações contadas pelos estudantes. Em nota, publicada ainda ontem (05) nas redes sociais, a escola informou que ninguém foi ameaçado com arma branca nas dependências da unidade, como também o aluno não teria sido preso, mas “convidado a comparecer perante a autoridade policial para prestar esclarecimentos”.
A escola disse que os alunos estão sendo orientados por equipe pedagógica e psicóloga, e que os ânimos estariam exaltados pelas demais tragédias no Brasil.
“Vale dizer que os ânimos estão exaltados também pela tragédia ocorrida no Sul do País. […] Adota medidas preventivas que envolvem desde o monitoramento da escola por circuito interno de câmeras, até o aconselhamento e orientação dos alunos, com palestras e aulas de conscientização. Neste momento, ainda mais importante é a participação e a cooperação dos pais e responsáveis com a escola, para também orientar, aconselhar, acalmar e monitorar os alunos de modo preventivo. Importante ressaltar o papel indispensável da família na formação e educação das crianças e adolescentes. Especialmente nesse momento de tensão e de preocupação, pais e responsáveis devem acompanhar e inspecionar diariamente as mochilas e materiais que os alunos pretendem levar para a escola”, finaliza a nota.
Até o momento da publicação dessa matéria, não houve resposta do centro de idiomas e o espaço segue aberto para manifestação.