Cotidiano

Setor da Enfermagem ameaça voltar à greve

Categoria reivindica o cumprimento do acordo firmado em mesas de negociações com o governo depois da última greve

Em assembleia geral realizada no começo da semana, na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em Boa Vista, o Sindicato dos Profissionais em Enfermagem de Roraima (Sindiprer) e Movimento dos Enfermeiros de Roraima (MERR) confirmaram que poderão retomar greve geral no próximo mês, caso não haja consenso por parte do Governo do Estado em atender às demandas da categoria.

Segundo o presidente do Sindiprer, Roberto Morais, a decisão foi tomada após a categoria entender que, mesmo com os incessantes diálogos com o governo, não houve avanços no cumprimento de acordos estabelecidos nas mesas de negociação com os trabalhadores.

“Desde a última paralisação, em maio deste ano, nós fechamos um acordo com o governo, quando ficou estabelecido que as pautas de reivindicações seriam atendidas de forma parcelada. Ou seja, algumas seriam atendidas de imediato e outras com o tempo. Entretanto, já se passaram 90 dias após o fim da greve e as negociações não avançaram, o que tem prejudicado toda a categoria no Estado”, disse.

Segundo Morais, os pontos acordados com a administração estadual estão relacionados à convocação de aprovados no concurso público realizado em 2013, com finalidade de suprir a falta de profissionais nas unidades de saúde, incluindo a prorrogação da validade do certame, o pagamento das progressões funcionais dos trabalhadores nos últimos 10 anos, enquadramento dos profissionais na Lei 948, baseado no tempo de serviços prestados, e pagamento de auxílio alimentação.

“Diante dessa situação, nós mantivemos uma discussão com o a Secretaria Estadual de Saúde [Sesau], por meio da mesa de negociação permanente do SUS [Sistema Único de Saúde] e, infelizmente, elas não estão avançando. Nós ainda estamos aguardando um posicionamento do governo para que atenda ao que foi pactuado e assinado em acordo na última greve. O que foi atendido, em porcentagens, foi a convocação de concursados, que ainda não supre a população”, frisou.

Quanto às demais, o presidente do sindicato afirma que nenhuma dessas propostas foi sequer discutida após o encerramento da greve, o que para categoria soa como desrespeito aos trabalhadores. “Não há uma postura de atendimento imediato e, mesmo passado tanto tempo, o governo ainda não se articulou para conversar com os profissionais. Desta maneira, ficou decidido que realizaremos, no dia 06 de outubro, mais uma negociação e, caso não haja retorno, no dia 07 a categoria irá parar por tempo indeterminado, até que todos os pontos sejam atendidos, um por um”, pontuou Roberto Morais.

GOVERNO – Em nota, o Governo do Estado afirmou que não tem conhecimento de qualquer movimento de articulação de greve por parte dos servidores da Saúde e que, segundo a Sesau, todos os acordos com a categoria estão sendo construídos dentro dos prazos pré-estabelecidos. (M.L)