Cotidiano

Shoppings já refletem na realidade local

Com a inauguração dos novos centros de compras, cooperativa de táxi começa a sentir os crescimentos de demanda e lucros

Inaugurados na semana passada, os shoppings Pátio Roraima e Roraima Garden começam aos poucos modificar o cotidiano dos moradores da Capital. Desde a definição dos locais até ações de comunicação, os novos empreendimentos já sabiam que causariam impacto na vida econômica do até então único Estado da federação que não possuía centros comerciais desse porte.
Os primeiros reflexos estão sendo sentidos no fluxo de veículos das regiões onde os shoppings estão localizados. Durante as cerimônias de inauguração, o número de carros quase que dobrou, tanto nos estacionamentos dos empreendimentos quanto nas regiões próximas, uma verdadeira maratona para achar espaço livre.
Só no Roraima Garden Shopping, que possui um estacionamento de 1.740 vagas, foram mais de 40 mil pessoas na quinta-feira passada acompanhando o show da banda Monobloco. E 50 mil foram ao Pátio Roraima no domingo acompanhar a apresentação de show de Gabi Amarantos. O empreendimento possui 1.300 vagas.
Apesar dos transtornos, muitos boa-vistenses comemoraram a vinda dos dois shoppings. Para a estudante universitária Danielle Costa, a Capital merecia ter os empreendimentos. “Já fazia muito tempo que a gente precisava de estabelecimentos como esses. Muita gente diz que Boa Vista não tem condições de suportar dois shoppings. Eu penso o contrário e torço para que ambos cresçam e se desenvolvam”, comentou.
Com o aumento das demandas, crescem também a preocupações com a infraestrutura de acesso aos locais. Desde a intensificação das obras, a Empresa de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Emhur) verificou que haveria a necessidade de facilitar o acesso da população aos shoppings. Com isso, ajustou a rota de três linhas de ônibus para atender essa necessidade.
 “A linha 206 [Caranã] foi ajustada no itinerário no sentido bairro/Centro para oportunizar aos moradores o acesso ao local de forma mais direta. Em outubro, a linha 308 [Cauamé/Direto] já havia sido ajustada para atender à UFRR e o Pátio Roraima”, destacou o presidente do órgão, Edgard Magalhães.
Conforme Magalhães, a Emhur realizou os estudos, levando em consideração a quantidade de empregos gerados. “O estudo viabilizou que esses novos empreendimentos comerciais entrariam com uma força de trabalho grande. Como nós sabemos, a maioria dos empregados utiliza os ônibus para se deslocar ao trabalho, além da população em geral que visitará os shoppings. Fizemos as alterações pensando nisso e, para dar maior rapidez, também consideramos que os táxis-lotação e convencionais também deveriam atender a demanda desses dois empreendimentos comerciais”, frisou.
O presidente da Emhur ressaltou que uma equipe de  fiscalização monitora a demanda e cumprimento de horários de todos os coletivos. “Ônibus reservas ficam de prontidão no Terminal do Centro para serem colocados em circulação em caso de um grande volume de passageiros. Todas as linhas funcionam aos sábados, domingos e feriados”, salientou.
Como era de se prever, algumas cooperativas de táxi começam a sentir os primeiros sinais desse crescimento. “Como ainda está muito no começo, a cooperativa ainda está fazendo um levantamento de como está sendo essa procura. Mas se formos considerar essa primeira semana que passou, acredito que tivemos um aumento na solicitação de nossos serviços em 30%. A tendência é que esse número possa subir com o tempo”, estimou o presidente da Cooperativa de Táxi Águia de Fogo, Márcio Gomes. (ML)