Cotidiano

Sindicato diz que acusações contra agentes não foram comprovadas

Os 23 agentes presos pela Polícia Federal durante a Operação Alésia estão detidos na Cadeia Pública de Boa Vista, no bairro São Vicente

Matéria atualizada às 12h45.

Em coletiva realizada na manhã desta quinta-feira, 24, na Central Única dos Trabalhadores (CUT), a vice presidente do Sindicato dos Policiais Penais de Roraima (Sindppen), Joana Dark, esclareceu que os 23 agentes presos pela Polícia Federal estão assistidos juridicamente pelo sindicato. Os policiais penais estão detidos na Cadeia Pública de Boa Vista, no bairro São Vicente.

Joana disse que a operação causou estranheza ao sindicato, tanto pela maneira com que as ações foram efetuadas, como pelo fato de o próprio sindicato ter solicitado a presença da Força de Intervenção Penitenciária no Estado.

“Pra quê 200 agentes de fora para prender 23 penais que sequer têm um histórico negativo perante a Justiça e o Estado? Se fala em tráfico de drogas, de arma, de ouro, mas nada foi comprovado ou apreendido. Esses agentes foram humilhados na frente dos filhos, amigos e familiares por motivos que seriam facilmente explicados se a oportunidade de defesa fosse dada. Acredito na Justiça e acredito que a situação desses homens será revisada”, disse.

Em relação as acusações de movimentação financeira, Joana deu o exemplo de um dos agentes acusados.

“Se a investigação foi à fundo, como eles não perceberam que a pessoa que manda dinheiro para o agente é a mãe dele? Ele é o único provedor de dinheiro da casa e o salário não é suficiente. Por isso, todo mês a mãe dele manda uma ajuda de custo”, falou.

O advogado Leone Vitto, representante do sindicato, informou que já foram expedidos, até o momento, 16 Habeas Corpus e 22 revogações de prisão preventiva, além dos pedidos de restituição de bens. Segundo ele, todos os processos se encontram nas mãos do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR).

“Tudo que a lei ampara, já foi feito. Agora, esperamos que a Justiça reveja os casos e conceda o Habeas Corpus dos agentes”, relatou.

Para o advogado Carlos Vila Real, que também representa o sindicato, a cautelar adequada para a situação seria o afastamento do cargo, assim como acontece com políticos e outros servidores públicos. “Justiça tardia também é injustiça”, frisou.

A vice presidente do Sindppen informou ainda que os familiares dos agentes estão recebendo amparo psicológico, devido a forma com que os policias foram abordados e tirados de suas residências.

“Não estamos tratando com bandidos, e sim com heróis que cumprem o trabalho que ninguém quer. Esperamos que a Justiça não transforme o processo em um ato político, porque temos convicção da inocência desses agentes e isso será provado, eu não tenho dúvidas”, disse a vice presidente. 

Confira trecho da coletiva: