Por não chegarem a um entendimento referente a escala de trabalho do Hospital de Campanha do Exército Brasileiro, o Sindicato dos Médicos de Roraima (Simed/RR) emitiu uma nota pública onde anuncia a retirada dos profissionais que fazem parte do sindicato do quadro de servidores da unidade.
“Hoje, depois de um longo caminho de negociação e tentativa de convencimento, fomos vencidos pela intransigência e pela inflexibilidade. Assim, o Simed se retira dessa luta que a Operação Acolhida travou contra a classe médica roraimense”, diz trecho da nota do sindicato.
Em entrevista a FolhaBV, o presidente do Simed/RR, Antônio Delmiro, reforçou que a saída dos médicos se deu por conta da não flexibilização da carga horária.
“Apresentamos uma lista com 101 nomes, além de escala com nove profissionais por dia para atender os 80 leitos. Mesmo assim, o coordenador da Operação Acolhida não flexibilizou a carga horária para que esses médicos pudessem atuar no hospital, mantendo a carga de 12 horas por 36, optando assim por contratar profissionais sem registro”, afirmou o presidente do Simed.
“Essa carga horária não é praticável por nenhum médico, pois temos que trabalhar em outros hospitais que também tratam da covid-19, além de outras doenças, então não podemos abandonar nossos postos para nos dedicarmos exclusivamente ao Hospital de Campanha”, ressaltou Delmiro.
SALÁRIOS – Os médicos sem revalida ou sem registro no Conselho Regional de Medicina, que foram contratados para atuar no Hospital de Campanha, receberão os salários diretamente do Governo do Estado, por terem sido contratados por meio de processo seletivo feito pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), no mês de maio.
No caso dos médicos que possuem CRM, caso aceitassem a carga horária para atuar no Hospital de Campanha, seriam pagos por meio da Cooperativa Brasileira de Serviços Múltiplos de Saúde (Coopebras).