Cotidiano

Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Boa Vista cobra cumprimento de leis

Categoria afirma que alguns servidores ainda recebem abaixo do que foi estabelecido em Plano de Remunerações

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Boa Vista (Sitram) e também vereadora da capital, Sueli Cardozo, esteve no programa Agenda da Semana na manhã deste domingo, 28, para dar maiores explicações sobre a ameaça da categoria de deflagrar uma nova greve. Durante a entrevista ao vivo, realizada pelo apresentador Marcelo Nunes nos estúdios da rádio Folha AM 1020, Sueli explicou que o Sitram está cobrando da Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV) a real execução dos direitos conquistados pela categoria.

“Queremos cobrar que os servidores sejam enquadrados no plano de carreira pelo que nós lutamos tanto para ter. Nós ainda temos servidores recebendo muito abaixo do que o plano aprovado prevê. Fora isso, existem retroativos que não foram pagos desde que a lei foi aprovada, em fevereiro ano passado”, frisou.

Para a sindicalista, a PMBV não está agindo conforme os parâmetros estabelecidos nas leis de apoio ao servidor municipal, a exemplo da lei nº 1.234 de 2010, que prevê a data base de correção salarial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) todo mês de janeiro. “O que não ocorreu”, afirmou.

“Também cobramos que sejam devolvidos valores na ordem de 11% que foram descontados para a previdência social e não deveriam ser descontados. Além do pagamento das progressões funcionais, que já tem atrasos”, revelou Sueli Cardoso.

A categoria reivindica ainda um tratamento mais humano por parte da junta médica municipal com os funcionários. “Há muitos relatos de que o tratamento é desumano. Nós precisamos que naquele momento em que o funcionário está mais fragilizado que ele seja bem cuidado, assim como na hora que a sociedade cobra um bom trabalho dele, ele possa fornecer isso naquele setor onde ele atua. Por isso, estamos reivindicando um melhor tratamento aos servidores que são periciados na nossa junta médica”, ressaltou.

Sueli disse ainda que o sindicato acredita que a pauta apresentada não apresenta dificuldades para a prefeitura. “São pontos claros, objetivos e que estão previstos em leis específicas”, considerou.

Segundo explicou a sindicalista, a categoria não tem a intenção de “perseguir politicamente” a administração municipal, seja qual for, mas sim “garantir que os direitos dos trabalhadores já assegurados em lei sejam executados corretamente”.

“A greve é o nosso último recurso diante uma luta que estamos traçando há anos. Nossa categoria está unida, cobrando apenas que seja cumprido algo que está estabelecido em lei e que foi uma conquista nossa”, explicou.

ENQUADRAMENTO – Ainda durante o programa, Sueli Cardozo destacou que o Sitram vem trabalhando na tentativa de mudar uma das regulamentações da MP Nº660, responsável por enquadrar os servidores no antigo território como funcionários da união.

De acordo com a sindicalista, houve uma “injustiça” no artigo da lei que determina que somente aqueles que ainda têm vínculo com o serviço público poderiam ser enquadrados. “Nós cobrávamos isso dos senadores antes da aprovação da lei, mas isso não foi modificado. Contudo, nós não vamos deixar de lutar para alterar essa regulamentação. Nós queremos alterar essa condicionante que diz que quem quebrou o vínculo não pode ser enquadrado, pois acreditamos que eles foram desligados por questões políticas e não por falta de vontade de prestar um serviço à população”, disse. (J.L)