Sindicato teme que agentes penais sejam enviados para a PAMC

O possível envio de 24 agentes penitenciários presos na Operação Alésia para a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC), unidade com mais de 2 mil presos, gerou revolta em amigos de trabalho e familiares dos agentes.

Eles realizaram na manhã desta quarta-feira, 10, uma manifestação pacífica em frente a Cadeia Feminina, local para onde os agentes foram transferidos no último dia 4 e pediram que a medida não seja tomada pela Justiça Estadual, tendo em vista o risco que pode oferecer a segurança dos agentes.

“Esse tratamento dispensado aos polícias penais trata se tão somente de perseguição uma vez que nem mesmo parente de policiais são mandados pra PAMC. Estamos falando de quatro ex-diretores da Unidade, de diretor de Desipe e chefe de plantão. Mandar eles pra lá hoje seria o mesmo que está mandando pra morte” disse a presidente do Sindicato dos Agentes Penais, Joana Dark.

Um dos familiares pediu que a Justiça tenha sensatez nesse caso. “A trasnferência para a PAMC não é o mais viável, sabemos que na Cadeia Pública tem um espaço para eles, que ainda nem condenados foram. E eles trabalharam combatendo o crime organizado e não podem ser colocados dentro daquela unidade”, afirmou Dilson Araújo, irmão de um dos agentes.

A FolhaBV teve acesso a documentos enviados a Vara de Execuções Penais, onde é relatado que a Cadeia Feminina não possui local para recolhimento de  de internos masculinos, e que a triagem não comporta a permanência prolongada  de internos. 

Em outro documento enviado à Justiça, é citada a disponibilidade de 28 celas na ala 12 da PAMC, destina ao Regime Disciplinar Diferenciado .

SOBRE AS PRISÕES – A presidentes do Sindicato, reforçou a inocência dos agentes. “Nós gostaríamos que órgão como o MPF viessem pra dentro desse caso, pois acreditamos fielmente que a Polícia Federal foi induzida ao erro. Grampos cortados , conversas soltas de grupos de whatsapp. Temos aqui do lado de fora um lastro probatório grande pra inocentar os colegas, mas precisamos que a justiça nos ajude a deixar eles vivos e em segurança pra isso.

SEJUC – A Secretaria de Justiça e Cidadania esclarece que a transferência dos 24 reeducandos não foi solicitada pela Sejuc. 

A juíza da Vara de Execuções Penais, Joana Sarmento, visitou a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo para verificar se haveria  condições de alojamento melhores para os agentes ficarem instalados e a nova Ala oferece condições de ficar um preso por cela, de forma segura.

Porém, a decisão judicial sobre a transferência ainda não saiu e se sair, será cumprida de forma integral pelo Sistema Penitenciário.