A manhã desta segunda-feira, 3, foi agitada para as entidades sindicais que representam diversas categorias relacionadas ao funcionalismo público estadual. Além da assembleia geral que discutiu as ações que reforçam a continuidade da paralisação de secretarias, representantes foram recebidos na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE) para discutir uma solução para atenuar os danos causados pelos atrasos de salários.
Entretanto, alguns sindicatos abandonaram o local após o Executivo sugerir a utilização dos recursos do Instituto de Previdência de Roraima (Iperr) para regularização o pagamento dos servidores.
“Nós estivemos na reunião e nos retiramos com outros sindicatos quando começaram a falar sobre a utilização dos recursos do Iperr para o pagamento de salários, aonde os servidores, que são representados pelo Sintraima, Sintag, Sindprer e Radiologia, não concordarem com essa medida. Nós optamos por nos retirar dessa reunião por conta disso e estamos passando essa situação aos trabalhadores, pois eles já haviam se posicionado contrários”, comentou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Civis Efetivos do Poder Executivo de Roraima (Sintraima), Francisco Figueira.
Para o sindicalista, os poderes precisam se sensibilizar não só a questão de crise que o Estado enfrenta, mas também com o drama dos servidores que estão cada vez mais em situação de penúria.
“Nós estamos passando por uma crise, então, os poderes deveriam abrir mão da totalidade da sua parcela de duodécimo, pagar os seus servidores e deixar que o Executivo pague os seus trabalhadores. Infelizmente eles insistem estender esse momento em criar uma situação para que os recursos do Iperr sejam utilizados, fugindo assim de sua parte de culpa e responsabilidade com o que está acontecendo com os servidores do Estado”, completou.
Com relação à assembleia geral dos servidores, Figueira destaca que a greve continua e que os trabalhadores vão promover uma série de ações para tornar ainda evidente a situação vivida por eles. Da mesma maneira que órgãos na capital, o Posto de Fiscalização do Jundiá também poderá paralisar as atividades, caso não haja resposta por parte do Governo sobre os salários.
“Não ocorrendo o pagamento dos dois vencimentos dos servidores até o dia 10 de dezembro, nós poderemos estar fechando Jundiá por tempo indeterminado”, pontuou.
SERVIÇOS DA POLÍCIA CIVIL VÃO PARAR – Outra categoria que também realizou assembleia geral nesta manhã foi a que representa os policiais civis. Por determinação da grande maioria dos servidores, todos os trabalhos da Central de Flagrantes e IML deixarão de ser executados por um prazo de 72 horas.
Policiais civis aprovam paralisação das atividades por 72 horas (Foto: Wenderson Cabral/Folha BV)
Além da questão salarial, a categoria deixou bem clara que a paralisação também por melhorias na estrutura de trabalho, uma vez que os trabalhadores já não dispõem de material básico para realizar os atendimentos.