Os sindicatos dos servidores públicos do estado de Roraima promoveram ação mobilizadora para demonstrar opinião contrária à aprovação do projeto de Lei 067/19 que visa repactuação de dívidas do governo Estadual junto ao governo Federal. A manifestação contou com a cobrança dos sindicalistas de uma posição dos parlamentares contrário à lei como também o pedido de arquivamento do projeto que seria votado na manhã de terça-feira, 4, durante sessão plenária na Assembleia Legislativa.
Flávio Bezerra Bezerra, Presidente do Sindicato dos trabalhadores da Educação (SINTER), explicou que a primeira atitude dos representantes dos sindicatos foi a busca de apoio de parlamentares a favor do arquivamento do projeto de lei que não beneficiará o servidor público.
“Caso o projeto de lei 067/19 seja aprovado, ocorrerá problemas para os servidores e o engessamento do estado de Roraima. O projeto não traz esclarecimento sobre os empréstimos aos bancos e tão pouco explica de que forma irá ocorrer. Queremos resguardar os empregos do servidor público, já que a ação pode acarretar o congelamento de salários, demissões, não pagamento de progressões e outras medidas para conter os gastos”
Bezerra também ressaltou que as questões orçamentárias não deveriam penalizar o servidor e que as consequências poderiam ser refletidas nos serviços prestados à sociedade.
“Em campanha política o governador prometeu reforma administrativa, mas agora em sua gestão, sequer a ideia é mencionada. Agora ele busca por meio de empréstimos a renegociação de dívidas, o que no nosso entendimento não é suficiente para resolver os problemas do Estado”
Melquizedek Menezes, Presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem do estado de Roraima, salientou os motivos para posição contrária do projeto de lei 067/19. “Não há uma conversa com os representantes das classes. Há quatro anos não temos uma revisão geral. Nossos ganhos são mínimos e esse projeto é inviável, da forma que se apresentou aos parlamentares, para ser aprovado com urgência. Nós queremos que o estado saia da crise, mas queremos que ocorra de uma forma que os servidores, população e representantes das classes participem das decisões como fiscalizadores”.
Menezes ainda disse que a culpa não é dos servidores e que os serviços prestados deveriam ser vistos como benefício à população. “Nós exigimos respeito porque fazemos parte da mola propulsora de Roraima. Se não existe diálogo, não existe a possibilidade de fazer boas políticas públicas”.
A Folha procurou o Governo Estadual para saber qual a posição diante das manifestações ocorridas na última sessão plenária pelos sindicalistas, mas até o fechamento da reportagem não houve respostas.