Cotidiano

Sindipostos nega chance de desabastecimento total de combustíveis

Presidente do sindicato tem monitorado situação dos alagamentos na BR-174, em trechos do Sul do Estado. Folha tentou contato com o superintendente do DNIT-RR sobre situação da rodovia, mas não obteve sucesso

O presidente do Sindipostos-RR (Sindicato dos Postos de Combustível de Roraima), João Victor Kotinski, disse ser muito pequeno o risco de desabastecimento total de combustíveis na capital Boa Vista por causa dos alagamentos na BR-174, em trechos do Sul do Estado, durante o período chuvoso.

Isso porque, segundo ele, os postos de Boa Vista poderiam recorrer à distribuidora da Petrobras no Município de Caracaraí. Conforme Kotinski, 100% do combustível de Roraima vem de Manaus, sendo mais de 80% por via terrestre. Vale ressaltar que a distribuidora, quando o rio Branco chega a uma altura “navegável” durante o período chuvoso, é abastecida somente por balsas.

“Se realmente aquele trecho ficar prejudicado, muitos postos ficarão desabastecidos”, disse em referência aos postos “bandeira própria ou de outra bandeira que não seja Petrobras”, que não ostentam nenhuma marca de distribuidora ou possuem outras marcas como Ipiranga, Shell e Atem, tendo em vista que nesses casos de restrição, a distribuidora de Caracaraí não consegue atender a demanda e distribui produtos apenas aos seus revendedores com a bandeira BR (agora chamada Vibra Energia).


O presidente do Sindipostos-RR, João Victor Kotinski, falou sobre chance de desabastecimento em meio ao período chuvoso (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

“A capital não ficaria 100% desabastecida. Isso dificilmente vai acontecer, tendo em vista que a gente tem [como abastecer em] Caracaraí”, completou, ao cravar a previsão de que o problema poderia afetar até 50% do abastecimento em Boa Vista.

Ademais, ele também negou a chance dos preços dos combustíveis subirem na capital, por conta de eventual desabastecimento parcial. “Vamos torcer pra que essa chuva dê uma amenizada, pra que a gente não sofra aperreio”, declarou Kotinski, que pediu calma à população.

“Se todo mundo mantiver a calma, mantendo o abastecimento conforme faz naturalmente, seja ele semanal, quinzenal ou mensal, não vai ter esse problema, com toda certeza. O grande segredo é a população não se desesperar”, disse.

Na tarde dessa terça-feira (24), a BR-174 estava alagada por causa do transbordamento do rio Jauaperi, depois da vila Nova Colina, exceto para caminhões, segundo o diretor executivo de Proteção e Defesa Civil do Corpo de Bombeiros, coronel Cleudiomar Alves Ferreira.

“O Rio Negro está muito alto. Quando ocorre isso, ele represa os rios da bacia, tanto rio Branco quanto rio Jauaperi que deságua direto no Rio Negro. Isso tá influenciando em cima da cheia da BR. Além disso, tá chovendo muito na cabeceira do Jauaperi, nas nascentes do rio, lá no Caroebe”, explicou, na ocasião.

A Folha tentou contato com o superintendente do DNIT-RR (Departamento Nacional de Transportes), Marcelo Geber, para falar sobre os trabalhos da autarquia em relação aos alagamentos, mas não obteve sucesso até o fechamento da reportagem.

Energia por termelétricas

Roraima é 100% abastecido por termelétricas movidas majoritariamente a óleo diesel, combustível transportado diariamente do Amazonas para o Estado. Procurada para comentar possível impacto no fornecimento de energia, a Roraima Energia limitou-se a dizer que o assunto sobre a logística de combustível já está sendo tratado junto ao Ministério de Minas e Energia, com o intuito de avaliar alternativas para minimizar os riscos.