O presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Roraima (Sindpol-RR), Leandro Almeida, confirmou a veracidade das mensagens e disse que providências serão tomadas, entre elas uma denúncia que foi entregue ao Ministério Público de Roraima. Almeida lembrou que, anteriormente, já havia feito o alerta sobre uma possível perseguição que estaria sendo promovida contra os agentes e escrivães.
“A gente denunciou essa situação, inclusive na imprensa, que esses atos eram perseguição, mas não ganhou muita importância. Mas com essa divulgação das conversas por uma fonte anônima, que mostrava essas situações, a gente tem as provas materiais daquilo que pode ser configurado como abuso de autoridade”, declarou Almeida.
Diante disso, na manhã desta quarta-feira (22), o sindicato protocolou uma denúncia com parte dessas provas junto ao Ministério Público de Roraima (MPRR). Os outros arquivos, entre prints, vídeos e áudios, estão sendo estudados com mais calma pela organização.
“São vários dias de gravação e precisamos trabalhar na organização desses arquivos para situar quem receberá a denúncia e contextualizar a situação, para que tudo seja bem desenhado”, explicou o presidente.
ADEPOL-RR – Já o presidente da Associação dos Delegados da Polícia Civil do Estado de Roraima (Adepol-RR), Cristiano Camapum, disse desconhecer a veracidade das mensagens, mas explicou que elas supostamente teriam ocorrido antes da sanção do reajuste dos delegados. Camapum disse que, até o vazamento dessas mensagens, não tinha conhecimento desse conteúdo, mas ressaltou que essas supostas conversas não ocorreram em nenhum dos grupos da entidade. “Só lamento, pois isso é invasão de privacidade. Quem fez isso, vai ter que responder por esse ato, porque não se pode divulgar conversas privadas de terceiros”, acrescentou.
Camapum acredita que o conteúdo não tem grande gravidade e informou que a Associação, por enquanto, não se posicionará sobre a situação. “Não há medidas, nesse caso, que possam ser tomadas por nós enquanto Associação. A conduta de cada delegado é particular”, concluiu.
Policia Civil diz que denúncia de perseguição não procede
Em nota enviada à Folha, a Polícia Civil de Roraima (PCRR) diz não proceder a acusação de perseguição a policiais civis, com remoções ilegais. “Os ajustes administrativos e a remoção de policiais são parte da rotina administrativa da Polícia Civil, o que pode ser confirmado via BEI (Boletim Eletrônico Interno) ou pelo DOE (Diário Oficial do Estado)”, disse a nota.
Em relação à remoção de Policiais a municípios do interior, a entidade informa que a Delegacia Geral está cumprindo uma ordem judicial para reforçar o efetivo nas Delegacias de Pacaraima e Amajarí, o que pode ter desagradado alguns dos agentes. “Entretanto, com a redução do efetivo policial, dado que o último concurso ocorreu no ano de 2003, é necessário fazer os ajustes administrativos para atender a ordem judicial”.
A PCRR declarou também que toda a remoção de policiais para outros municípios é amparada por Lei e, ainda, com pagamento de ajuda de custo.
“Por fim, quanto à denúncia de suposto crime de abuso de autoridade, em tese, praticado por delegados, a corporação salienta desconhecer tal fato, uma vez que não foi comunicada oficialmente sobre o assunto”.