O Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinter) pretende recorrer da dispensa dos servidores credenciados que atuam nas escolas do Estado. A decisão tomada recentemente pela Secretaria Estadual de Educação (Seed) atingiu aqueles que trabalhavam como cuidadores, merendeiras, intérpretes de linguagem de sinais e motoristas.
De acordo com Flávio Bezerra, presidente do Sinter, a previsão é que os órgãos de controle de Roraima sejam acionados ainda esta semana. O sindicato espera nesse período angariar esforços junto aos pais e responsáveis para cobrar uma medida cabível do Ministério Público e da Defensoria Pública. A demora na tratativa se dá por conta de outras problemáticas vividas hoje em dia pela categoria, que também sofre por atraso de salários.
O sindicalista lamentou a situação de crise financeira vivida pelo Estado e afirmou que a dispensa de servidores no final do ano letivo causa transtornos não só aos alunos, mas a todo o sistema educacional. “O processo de ensino-aprendizagem não se dá somente por aluno e professor, mas pelo apoio dos demais técnicos, os acompanhantes dos alunos com necessidade especial, todos independente da nomenclatura fazem parte do processo”, afirmou.
Bezerra reforçou que sindicato atua na defesa de todos os trabalhadores de educação, inclusive dos credenciados e que já tiveram por diversas vezes tratativas com os secretários de Educação buscando a valorização, efetivação e realização de concurso público para estas áreas.
“Somente assim a gente teria a continuidade do serviço, já que somos contra a contratação da forma como está sendo feita: demitindo servidores frente a qualquer crise e também sem um controle maior. Contrata sem saber se vai poder cumprir com as suas obrigações”, criticou.
APOIO DOS PAIS – O representante do Sinter reforçou mais uma vez que a atuação dos pais e responsáveis é essencial para dar força às cobranças aos órgãos públicos de controle e que o Sinter está disposto a atender e colaborar junto aos familiares. “A família pode se unir a nós para que a gente possa ir, junto com eles, ao Ministério Público, Defensoria ou a própria Seed, lutar para que esse serviço não seja interrompido”, completou.
MPRR – A Folha entrou em contato com o Ministério Público Estadual para saber se o órgão tem acompanhado a problemática e quais as medidas que poderão ser tomadas, porém, não obteve retorno da instituição até o fim da tarde de ontem, 3.
GOVERNO – Questionado sobre o caso o Governo do Estado confirmou que a crise financeira foi o principal fator que motivou a dispensa dos profissionais, tendo em vista que a Seed não tinha orçamento para pagar o salário deles do mês de dezembro.
A nota destaca ainda que: “O Governo está se empenhando para efetivar o pagamento referente ao mês de setembro e liquidar os dos meses de outubro e novembro, uma vez que os salários deles são pagos com recursos estaduais, que têm sofrido bloqueios judiciais recorrentes”. (P.C.)