FABRÍCIO ARAÚJO
Colaborador da Folha
O Sintraima (Sindicato dos Trabalhadores Civis Efetivos do Poder Executivo do Estado de Roraima) realizará uma assembleia geral com os servidores das autarquias e fundações que estão sem receber os vencimentos de outubro para deliberar a continuação da greve geral. O ato está previsto para ocorrer na manhã de hoje, 14, a partir das 9h, na tenda montada em frente ao Palácio Senador Hélio Campos.
Os servidores representados pelo Sintraima estão em greve desde 23 de outubro e o presidente do sindicato, Francisco Figueira, informou à Folha que a greve continuará até que o Estado quite os salários de todos os servidores. O ato de hoje será somente para formalizar a continuidade da greve e articular os próximos passos que os grevistas devem adotar nos próximos dias.
“Será só para oficializar o sentimento dos servidores e já colocar em prática como serão os próximos passos. Comunicaremos ao governo da greve porque nós já informamos a frequência de todos os servidores que participaram da greve até a presente data e vamos dar prosseguimento à greve geral”, afirmou Figueira.
Conforme o presidente do Sintraima, o sentimento dos servidores no momento é de abandono. “Nos sentimos órfãos, não temos mais um governo, não temos mais um amparo; até a Justiça está sendo injusta porque, primeiro, está julgando para a Justiça, quando deveria julgar para os menos favorecidos, que somos nós. E o que a Justiça está julgando? Que seja repassado primeiro o duodécimo dos Poderes na integralidade, para depois o que sobrar seja convertido em pagamento de salários de servidores”, relatou.
Figueira também relatou que os servidores estão desacreditados quanto à estratégia de arrecadação do ICMS. “Pelo que foi dito pela Secretária de Fazenda, estarão arrecadando o valor do ICMS para fazer o pagamento de outubro e nós sabemos que essa prática não conseguiu vingar no mês passado, não conseguiram quitar o mês de setembro”.
O presidente disse ainda que a greve continua. “Não dão respostas aos servidores que estão apenas buscando os seus direitos. Em nenhum momento o governo se manifesta, nem para visitar os servidores e nem para dar uma explicação”.
Figueira disse que há servidores pensando na possibilidade de desistir de seus empregos, mas que a sua recomendação é que se juntem ao movimento grevista. “O que tenho aconselhado é que não devem abandonar, mas vir para greve, porque pelo menos na tenda conseguimos fazer um almoço, um café da manhã, um jantar para os servidores”, finalizou o presidente do Sintraima.
Entramos em contato com a representante da Associação dos Policiais Militares e Bombeiros de Roraima (APBM) para saber o posicionamento da categoria em relação à continuidade das manifestações por pagamento dos salários, mas até o fechamento desta matéria não obtivemos resposta.