Cotidiano

Sobram vagas nas escolas da rede estadual de ensino

A Escola Estadual Hidelbrando Ferro Bitencourt, que fica no bairro dos Estados, na zona Norte de Boa Vista, funciona apenas pelo horário da manhã. Isso ocorre porque, de acordo com a Secretaria Estadual de Educação (Seed), faltam alunos para preencher as vagas disponíveis nas salas de aula.

A unidade de ensino é apenas uma das várias instituições que ainda dispõem de vagas pela rede estadual de ensino. Conforme a última pesquisa lançada com base em dados do Plano Nacional de Educação (PNE), do ano de 2015, mais de 23 mil adolescentes, de 15 a 17 anos, estão fora da sala de aula em Roraima. O relatório divulgou que somente 77,7% dos jovens estão estudando.

“No nosso Estado, não tem ninguém que procurou matrícula e não conseguiu, pelo contrário. Temos vagas sobrando em várias escolas. Se tiver alguém sem estudar é porque a pessoa não está procurando a escola. Na educação básica da rede estadual não tem estatística de falta de vaga”, disse a diretora do Departamento de Educação Básica da Seed, Lucimar Sales.

Outra unidade que vive situação parecida com a da Escola Hidelbrando é a Gonçalves Dias (GD), no bairro 5 de Outubro, zona Leste, onde várias salas estão vazias. “Nessa escola há 18 salas de aula, sendo que à tarde só funcionam 12 porque não tem aluno”, contou a diretora.

Segundo ela, a rede estadual conta atualmente com 72 mil alunos matriculados. “Quando é no início do ano, no período de matrículas, quem passa pela frente das escolas vê que as unidades expõem faixas, fazem a divulgação das vagas que têm, mas, mesmo assim, algumas não conseguem preencher a totalidade”, explicou.

Para ela, a carência de alunos nas escolas do Estado é um processo natural. “As famílias de uns anos para cá vêm diminuindo. Antes os pais tinham mais de cinco filhos, mas hoje são poucos os que têm mais de dois ou três. Isso reflete no índice escolar, que vai reduzindo. Os estudos dizem que a tendência é diminuir cada vez mais”, afirmou.

OUTRA REALIDADE – Bem diferente da realidade das escolas de currículo básico, as unidades militarizadas Elza Breves, no bairro Senador Hélio Campos, e Rittler de Lucena, no Nova Cidade, ambas na zona Oeste, possuem procura bem acima da oferta de vagas. “Nós temos vagas sobrando, mas às vezes não atendemos as famílias quando elas direcionam o pedido para determinadas escolas, como é o caso das militarizadas, onde tivemos que criar alternativa de sorteio porque a procura era tão grande que não tínhamos as vagas”, disse Lucimar. (L.G.C)