Um dos sócios da empresa de investimentos By Money, e alvo de processo por pirâmide financeira, começou a ter os bens civis, como passaporte, apreendidos e penhorados. A informação foi dada após a localização da mulher em outro estado.
Os processos judiciais relacionados à empresa estão em fase de penhora dos bens. No mês passado, a Justiça de Roraima determinou o ressarcimento de mais de R$165 mil a nove investidores, que entraram com ação. Agora, a diretora terá documentos pessoais apreendidos.
“A Justiça de Brasília está abrindo muitos caminhos para a execução. Por exemplo, ela vai ficar sem carteira de motorista, cartão de crédito, já está sem passaporte. Então já tem diversas decisões e medidas com relação a isso de não ter mais acesso a documentos civis, que vão se afunilando tanto para a Taniah Aguiar, quanto para os outros, que ainda não foram localizados”, destacou a advogada que acompanha quase 400 casos de investidores lesados pela By Money, Dolane Patrícia.
A investigação do caso ocorre em toda a Justiça brasileira, que atua em conjunto, para localizar os sócios e agir com medidas que impossibilitem novas movimentações dos acusados de pirâmide financeira e por lesar mais 18 mil investidores em Roraima, Amazonas e São Paulo. Por outro lado, segundo a advogada, isso é pouco diante da realidade que a diretora estaria vivendo em Manaus, com endereço de domicílio no estado paulista, como se nada tivesse acontecido.
“A minha indignação é que não aconteceu nada. Uma juíza decidiu colocar isso [bloqueio dos documentos] numa sentença. Mas só isso não basta e não pode ficar impune. Eu quero saber o que aconteceu com essas pessoas que roubaram milhões de outras pessoas? Ela está vivendo como se nada tivesse acontecido e não há nenhuma medida para fazer com que ela pague. É um crime e precisa ser dado resposta à sociedade”, afirmou Dolane.
O caso
Conforme consta nas investigações da Polícia Federal, a empresa By Money receberia depósitos de terceiros em milhares de operações bancárias, valores que seriam repassados para os sócios e representantes da empresa. A empresa teria movimentado mais de 90 milhões de reais em menos de um ano. A informação que se tem, é que mais de 18 mil pessoas investiram na empresa e tiveram prejuízos financeiros.
A Operação Loki foi deflagrada em abril de 2021 e em novembro, a Justiça decidiu que todos os processos contra a empresa teriam a mesma decisão. Em junho do ano passado, os contratos foram anulados e foi determinado o ressarcimento dos valores.
Os suspeitos são investigados por crimes contra a economia popular (art. 2º, Lei nº 1.521/1951), contra o sistema financeiro (art. 16, Lei nº 7.492/1986), exercício irregular de cargo, profissão, atividade ou função (art. 27-E, Lei nº 6.385/1976), além de associação criminosa (art. 288, CP).