Cotidiano

Sócio instrutoras estariam trabalhando todos os dias sem folga

Enquanto na unidade masculina os homens trabalham fazendo plantão e revezamento, as mulheres na unidade masculina estariam trabalhando todos os dias

Durante o período de pandemia, muitas instituições começaram a trabalhar em revezamento a fim de evitar a contaminação dos servidores. Porém, as agentes sócio instrutoras da unidade feminina do Centro Socioeducativo (CSE), no Calungá, entraram em contato com a FolhaBV para relatar a insatisfação com a direção do centro por não estarem mais realizando o rodízio.

Uma das servidoras, que não quis se identificar, afirma que o diretor mantém o revezamento de plantão para os homens, mas que as mulheres continuam trabalhando em um expediente normal. 

“Nós exercemos uma função igual a do orientador do CSE masculino, mas na hora de receber o direito, de dar privilégios, ele oferece apenas aos homens, apenas os homens são contemplados. Ele não dá folga para as mulheres, trabalhamos todos os dias”, disse a denunciante.

Além disso, a servidora afirma ainda que, durante o início da pandemia, foi realizada uma reunião para que as agentes do CSE fizessem plantão voluntário nos abrigos, mas quem alegou que não poderia ir, supostamente, começou a trabalhar todos os dias, situação essa que atualmente estaria afetando a todas. 

“No início da pandemia nós tínhamos revezamento, mas passamos a não ter mais depois que nos negamos fazer algumas coisas. Isso demonstra que ele está fazendo perseguição conosco”, completou. 

OUTRO LADO – O Governo de Roraima, por meio da Setrabes (Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social) informou em nota, que não ocorreu nenhuma mudança ou alteração na escala de serviço dos agentes, apenas foi adequado o rodizio conforme concessão da gerencia da unidade, por se tratar de unidade essencial para manter os cuidados necessários durante o período de pandemia, ficando a critério da gestão as alterações.

Informou ainda que o rodizio entre os servidores na unidade masculina permanece, porém foi necessário suspender na unidade feminina por conta da diminuição de servidores que apresentaram atestado médico, motivando a adequação da equipe.

A nota ressalta que todas as decisões tomadas pela gerencia da unidade são pautadas dentro da legalidade e estão de acordo com a lei 053 que trata do regime dos servidores públicos do Estado de Roraima.

SINDICATO – O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Civis Efetivos do Poder Executivo do Estado de Roraima (Sintraima), Francisco Figueira, afirma que outros casos como esse já foram relatados para o sindicato e o mesmo enviou a demanda à secretaria do Setrabes para tentar encontrar uma solução para o problema. 

“Foi criado um plantão para que as pessoas fizessem o rodízio e então diminuísse a possibilidade de haver contaminação. Mas isso não está acontecendo com o CSE feminino. Estamos indo atrás das medidas cabíveis para mudar essa situação”, explicou Figueira.